BNDES conta com projeto do rio Madeira para atingir metas para o setor elétrico
2006-12-19
A aprovação de projetos de grande porte do setor elétrico, como as hidrelétricas do rio Madeira, em 2007, poderá levar os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social nessa área a alcançar R$ 7 bilhões já a partir de 2008/2009. A estimativa foi feita hoje pelo chefe do Departamento de Energia Elétrica do BNDES, Nelson Siffert. “A perspectiva é que esses números venham a crescer nos próximos anos”, afirmou.
Caso seja alcançada essa meta, será superada a média anual dos últimos quatro anos de R$ 4 bilhões em recursos liberados pela instituição para a área de energia.
Siffert acredita que a entrada de projetos como o do rio Madeira, que envolve a construção de duas usinas hidrelétricas (Santo Antonio e Jirau), totalizando mais de 6 mil megawatts (MW), poderá elevar os financiamentos do banco para até R$ 20 bilhões. Hoje, os financiamentos em carteira do BNDES para o setor de energia elétrica são de R$ 7,7 bilhões.
“Eu acredito que esse número possa atingir cerca de R$ 15 bilhões a R$ 20 bilhões, dependendo dos projetos que venham a entrar em 2007 e do sucesso da licitação do Rio Madeira”, disse ele. A expectativa é que os pedidos de financiamento referentes ao projeto do Madeira dêem entrada no BNDES no primeiro semestre do próximo ano.
Siffert informou que, dentro do plano decenal do Ministério de Minas e Energia, o BNDES já apoiou três usinas hidrelétricas que representam 6.500 MW. Isso significa 22% das usinas hídricas previstas no plano decenal de 2006/2015.
O plano prevê expansão de 31 mil MW. “Então, se o BNDES já aprovou 6 mil MW, isso representa cerca de 20% do total do plano decenal. Se nós contarmos, ainda, com projetos como Foz do Chapecó, Estreito, Monjolinho, e imaginarmos também o projeto do Rio Madeira sendo aprovado em 2007, nós poderemos atingir 35% do plano decenal no tocante às fontes hídricas já financiadas, no final de 2007. Ou seja, seria cerca de 10 mil MW”, revelou.
Nelson Siffert destacou, também, a importância das pequenas centrais hidrelétricas(PCHs) nesse processo. Desde 2003, o banco vem concedendo apoio financeiro às PCHs, em projetos aprovados e em análise, no montante de R$ 3 bilhões. Esses projetos representam 1.204 megawatts(MW) de capacidade instalada. “Essas pequenas centrais hidrelétricas vão estar contribuindo também para a oferta de energia a partir de 2008”, disse.
(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 18/12/2006)
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