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2006-12-19
Cachoeira do Sul oficializa hoje (19/12) a sua defesa junto ao Governo do Estado pela permanência da Granol no Rio Grande do Sul. A unidade cachoeirense, instalada no antigo complexo da Centralsul, corre o risco de ser fechada e transferida para outro estado caso o Governo gaúcho não garanta incentivos fiscais. Uma carta manifestando a importância desse empreendimento para a economia cachoeirense e da região será entregue terca-feira (19/12) para a comissão de transição da governadora eleita Yeda Crusius.

A carta de Cachoeira do Sul pró-Granol está assinada por sete presidentes de entidades organizadas do município (Cacisc, Sindilojas, CDL, Câmara de Comércio, AME, Sindicato Rural e OAB). O documento tem como objetivo sensibilizar as autoridades estaduais para garantir os incentivos fiscais do Governo do Estado para a Granol industrializar o óleo de soja. A carta será levada a Porto Alegre pelo secretário municipal de Indústria e Comércio, Homero Tatsch, que desde a semana passada já está pedindo aos técnicos do Governo Germano Rigotto a garantia do incentivo, especialmente o crédito presumido de ICMS.

FREIO - É difícil aceitar a idéia de Cachoeira do Sul perder a Granol. O raciocínio óbvio é de que a empresa não teria razões para ir embora, principalmente porque investiu cerca de R$ 20 milhões na reforma do complexo industrial localizado na Volta da Charqueada. Apesar disso, os sintomas são de que isso realmente pode acontecer. Nas últimas semanas, a Granol colocou o pé no freio nos investimentos da unidade cachoeirense. É visível que a empresa parou de receber cargas de soja e mandou parar as obras de calçamento das rotas internas da indústria.

Importante
A manifestação dos cachoeirenses em defesa da Granol/Cachoeira está sendo liderada pelo presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços, Franco Pudler. Segundo ele, cópias desse documento serão encaminhadas para as federações que representam o comércio, a indústria e a agricultura.

UMA PERGUNTA
O que o Governo do Estado está fazendo pela Granol?

Os indicativos são de que os problemas apontados pela Granol serão resolvidos ainda no Governo Germano Rigotto. No final da tarde de ontem, o secretário estadual de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais, Luís Roberto Ponte, entrou em contato com o secretário municipal de Indústria e Comércio, Homero Tatsch, para manifestar a sua preocupação em resolver esse impasse. “O Ponte me ligou e disse que está alterando o decreto que concedeu os incentivos, adequando o texto para atender a reivindicação da Granol”, relatou Homero Tatsch.

PARA SABER MAIS
A carta pró-Granol
...“Consideramos esta empresa (Granol) como de vital importância para a economia do município e região, face à retomada no funcionamento do referido complexo, desativado há 23 longos e penosos anos, durante os quais várias tentativas e tratativas nesse sentido foram feitas sem sucesso.

Sabe-se também que os incentivos em questão são imprescindíveis para a empresa em questão tornar-se suficientemente competitiva em um mercado tão disputado e onde ela se encontra em posição geográfica desfavorável. Por outro lado, o fato de o refino do óleo de soja estar terceirizado para outra empresa gaúcha, da cidade de Eldorado do Sul, na metade sul, não invalida nem diminui os benefícios que a Granol vem trazendo e trará a curto prazo ao sistema produtivo de nossa região, em especial para a geração de empregos e para a atividade agrícola, esta tão castigada por fatores adversos, inclusive climáticos.

O refino terceirizado em Eldorado do Sul contribui para manter naquela cidade o funcionamento da empresa contratada, assegurando empregos e renda também naquela região. Sendo assim, Cachoeira do Sul e região não podem nem sequer imaginar esta empresa inviabilizada e seu maquinário sendo transferido para outra unidade da federação. Este é um risco que corremos, e acreditamos que nosso Governo do Estado não deva e nem queira incorrer no mesmo risco do Governo Olívio Dutra, quando da perda irreparável e lamentável da Ford.

Sabemos existir diferentes interpretações referente ao processo de concessão dos benefícios, no entanto, torna-se imprescindível que se encontre uma alternativa satisfatória para esta empresa, e com este enfoque é que apelamos para a compreensão do Governo do Estado. Salientamos que por vezes não entendemos a posição do Governo Estadual, face aos governos de outros estados que já se dispuseram a atender os pedidos desta fábrica e com vantagens, e para nós esta fábrica operante vem garantir a comercialização de toda a soja produzida na região, evitando a trágica situação vivida por nossos produtores, quando após uma safra extraordinária não conseguiam recuperar seus investimentos devido à defasagem nos preços para comercialização.

Diante do exposto, a região central, inserida na metade pobre do estado, espera, acredita e pede com veemência que se evite de qualquer forma a transferência ou o fechamento desta indústria”.

ATENÇÃO
A Granol está pedindo ao Governo do Estado incentivos para beneficiar o óleo de soja no Rio Grande do Sul. Como a empresa não instalou uma refinaria em Cachoeira do Sul, o beneficiamento deverá ser feito pela Olvebra, na cidade de Eldorado do Sul. A atual regra imposta pelo Governo do Estado determina que, ao refinar o óleo em uma empresa terceirizada, a Granol não teria como desfrutar do benefício do crédito presumido de ICMS. A Granol reafirma seus projetos para Cachoeira do Sul, inclusive os de instalar uma usina de biodiesel a partir de fevereiro de 2007, se tiver condições de operacionalizar a indústria do antigo complexo Centralsul. Para isso, o incentivo do Governo do Estado é fundamental. Sem o benefício, a Granol deverá desmontar a unidade cachoeirense e levar o maquinário para outro estado.
(Jornal do Povo, 19/12/2006)
http://www.jornaldopovo.com.br/

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