MORTE DE MERGULHADOR PODE TER SIDO PROVOCADA POR NAFTA
2001-10-22
O mergulhador que morreu logo após vistoriar o casco do petroleiro Norma, encalhado na Baía de Paranaguá, usava um traje de mergulho simples e um snorkel quando foi retirado do mar inconsciente. Nereu Gouveia, que foi enterrado Sexta de manhã, tinha 57 anos e foi contratado pela Transpetro, subsidiária da Petrobras, para trabalhar na avaliação do acidente que despejou milhões de litros de nafta ao mar. Há suspeita de que o mergulhador tenha sido imediatamente intoxicado pela nafta, já que seu rosto estava carbonizado. A Petrobras não confirmou a informação de que o mergulhador não usava equipamentos de proteção, o chamado traje seco. O laudo da autópsia não foi divulgado e a Petrobras apenas informa que a morte do mergulhador está sendo investigada pela mesma comissão de técnicos da Transpetro encarregada de avaliar o acidente. O laudo definitivo deve ficar pronto dentro de 15 dias, porém o Laudo preliminar do Instituto Médico-Legal de Paranaguá aponta que o mergulhador morreu em decorrência de uma lesão pulmonar. Segundo o comerciante Neri Gouveia, 58, irmão do mergulhador, Nereu teve morte instantânea após mergulhar no local do acidente. Gandi Gouvea, sobrinho do mergulhador, disse que o tio entrou numa arapuca, num ninho de veneno e não foi informado se o contato direto com a nafta seria ou não tóxico. Ele não descarta a possibilidade de acionar judicialmente a empresa de petróleo. (Agência JB, Folha)