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2006-12-19
O reflorestamento na Metade Sul do Estado e o acesso ao porto e aos terminais portuários do Rio Grande foram o tema da audiência pública realizada na tarde de segunda-feira (18/12) no auditório da Câmara de Comércio. Com a presença do presidente da Comissão do Mercosul e Assuntos Internacionais da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, deputado Reginaldo Pujol (PFL), do presidente da Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), José Lauro de Quadros, autoridades e interessados no assunto, o evento abriu discussão sobre o desenvolvimento de plantações florestais em terras gaúchas e a transformação do sul do estado em um pólo madeireiro. Também esteve representado na audiência o Comitê da Indústria de Base Florestal e Moveleira da Fiergs.

Ao dar início à audiência, o presidente da Câmara de Comércio, João Touguinha, disse que o encontro é de extrema importância e que foi solicitado considerando-se a situação do Porto do Rio Grande em relação ao Mercosul. O deputado Pujol a reunião faz parte do processo de interiorização da Comissão do Mercosul, que já visitou uma série de municípios em várias regiões do estado. Disse ainda que da audiência resultará um documento a ser entregue à governadora eleita, Yeda Crusius no próximo dia 1º de janeiro.

O presidente da Ageflor, José Lauro de Quadros, definiu as plantações florestais como mais uma importante vertente para o desenvolvimento do estado e alertou que a parte logística vai ser fundamental para que o RS acesse o mercado internacional. Ele também destacou números da atividade moveleira, dos plantios florestais, das serrarias e das marcenarias. Evidenciou o potencial econômico e social do projeto de plantio de árvores no estado, além de projetar um incremento de 185% no faturamento da cadeia produtiva do Rio Grande do Sul, passando dos atuais R$ 3,5 bilhões para R$ 10 bilhões em sete anos.

Quadros, que é engenheiro agrônomo e produtor, tratou de desmistificar o papel atribuído às plantações florestais quanto à remoção de nutrientes e atacou a expressão "deserto verde" usada para definir as plantações de pinus e eucalipto. "O trabalho é feito em cima da pesquisa científica e a atividade apresenta excelentes níveis de proteção do solo", explicou. Disse que os plantios florestais ocupam apenas 1,8% da área cultivável no RS e fez comparações com a soja, que ocupa 20%; do milho, com 7,5%; do trigo, com 5%; e do arroz, com 5%. Por fim, mostrou a atividade madeireira como forma de conter o êxodo rural. Após a palestra, a palavra esteve à disposição dos participantes, que puderam questionar e expor posicionamentos sobre vantagens e desvantagens das plantações florestais.

A audiência teve continuidade com a palestra do superintendente do Porto do Rio Grande, Vidal Áureo Mendonça, que apresentou um quadro detalhado das instalações e dos terminais portuários rio-grandinos, e ainda as formas de acesso, seja por rodovia, ferrovia ou pelo sistema hidroviário.
(Por Hamilton Freitas, Jornal Agora, 19/12/2006)
http://www.jornalagora.com.br/site/index.php?caderno=19¬icia=24892

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