Uma fazenda, uma madeireira e a prefeitura de Muliterno foram multados em quase R$ 1,5
milhão pelo corte ilegal de árvores.
Segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, 140 araucárias foram derrubadas na
localidade de Santa Lúcia, em uma área da Mata Atlântica, protegida por lei. Troncos
cortados e copas de árvores espalhadas pelo chão dão uma idéia do desmatamento, em cerca
de 10 hectares.
Ação da Agência Florestal Regional de Passo Fundo, com a Patrulha Ambiental da Brigada
Militar, salvou outros pinheiros. Alguns já estavam, inclusive, numerados com tinta
vermelha. Os danos ambientais se estendem a árvores menores, derrubadas com a queda das
araucárias, ao solo e à eliminação de abrigos e alimentos de animais silvestres.
Segundo a engenheira agrônoma Maria Helena Benedetti, a prefeitura concedeu licença para o
corte de 90 árvores, sob a justificativa de que eram plantadas, mas elas eram nativas. Os
donos da fazenda haviam negociado as toras por R$ 100 mil com a madeireira Imasa, de Lagoa
Vermelha. Foram emitidos três autos de infração, cada um de cerca de R$ 480 mil. Além
disso, os envolvidos terão de recuperar a área.
- Fiquei anestesiada ao ver a grandeza da área devastada e a beleza que ela tinha - disse a
agrônoma.
Contrapontos
O que diz Adriano Luiz Pelissaro (PMDB), prefeito de Muliterno
A licença concedida pela prefeitura era para outra área, esta sim com árvores plantadas, e
não para a que teve as araucárias derrubadas.
O diz José Biffi, um dos proprietários da fazenda
Tínhamos licença para a derrubada, mas não sabíamos que ela estava errada.
O que diz a madeireira Imasa
Não quis se pronunciar sobre o caso.
(
Zero Hora, 19/12/2006)