Pesquisadora lança embalagem comestível
2006-12-19
Uma embalagem comestível e que prolonga a qualidade e a validade dos alimentos é a novidade das pesquisas acadêmicas no país. A engenheira química paulista Cynthia Ditchfield acaba de desenvolver uma embalagem ativa, que consegue interagir com o produto que armazena.
Ela é composta de amido de mandioca e açúcares. Possui ainda ingredientes naturais como pimenta, canela e extrato de própolis, que inibem o crescimento dos micróbios, aumentando assim a durabilidade dos alimentos e reduzindo a utilização de conservantes. Para Cynthia, a principal vantagem da embalagem está em conferir alimentos mais saudáveis à população.
“Também acabamos agregando produtos naturais com ação antimicrobianas, como cravo e canela. Esses produtos ajudam na conservação dos alimentos. Por exemplo o pão, ele mofa muito rápido, então a idéia é que com essa embalagem ele demorasse mais para mofar, para embolorar. Com a embalagem, o conservante químico utilizado no pão poderia ser substituído”, defende.
A engenheira química também destaca os ganhos econômicos e ambientais que a embalagem pode trazer para o país. O Brasil é o segundo produtor mundial de mandioca e de sacarose e ambos são empregados na embalagem. Caso fosse fabricada em escala industrial, a embalagem elevaria o consumo e, conseqüentemente, a venda desses produtos. Além disso, o recipiente criado por Cynthia é biodegradável, ou seja, decompõe facilmente no meio ambiente sem polui-lo, como o plástico. Reduziria assim a quantidade de lixo gerada e o emprego do petróleo e da celulose em produtos plásticos.
“Acho que a principal vantagem da embalagem é o fato de ela ser biodegradável, diminuindo assim o lixo gerado e o impacto ambiental, já que boa parte do lixo vai parar nos lixões”, diz.
A embalagem ainda está em fase de testes e não há previsão de quanto tempo será necessário para produzi-la em escala industrial. O valor de custo também está sendo estudado. A engenheira química Cynthia Ditchfield trabalha na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e vem realizando as pesquisas do produto desde o início de 2006.
(Por Raquel Casiraghi, Agência Chasque, 15/12/2006)
http://www.agenciachasque.com.br/boletinsaudio2.php?idtitulo=dd469e10e88599e2da0522fc3cd56a04