China restringirá uso de grãos para produção de biocombustíveis
2006-12-19
O governo da China irá restringir o uso de milho e outros grãos voltados para alimentação para a produção de biocombustíveis, devido a preocupações sobre os preços dos grãos, segundo reportagem da segunda-feira (18) do diário estatal chinês "People's Daily".
"Temos um princípio quanto ao biocombustível: ele nem deve competir com o consumo de grãos da população nem deve competir por área de cultivo", disse o diretor do departamento de planejamento e desenvolvimento do Ministério da Agricultura, Yang Jian, diz o "People's Daily".
Jian disse que o ministério é contra o uso de grãos usados na alimentação como matéria-prima para produção de biocombustíveis. Ele destacou, no entanto, que o governo vem tentando estimular os produtores agrícolas a plantarem sorgo, mandioca e outros produtos em terras às margens das propriedades de produção de alimentos para suprir as fabricantes de biocombustíveis. O ministério não comentou a reportagem.
Com a expansão na demanda mundial por grãos, os preços já atingiram a cadeia de produção alimentícia, em particular o setor pecuarista. Como forma de tentar conter o aumento da poluição no país, os planejadores econômicos têm adotado como uma das principais metas do plano qüinqüenal chinês a produção de etanol, mas a proteção das terras cultiváveis para a produção de alimentos tem prioridade, diz o texto.
"Na China, a principal meta é garantir comida para seu 1,3 bilhão de habitantes; depois disso, daremos apoio á produção de biocombustível", disse o representante do Ministério da Agricultura Wang Xiaobing, segundo o jornal. O governo chinês vem realizando leilões de suas reservas de grãos de trigo para controlar a alta de preços em mercados locais, apesar das notícias de que a safra neste ano deva atingir 490 milhões de toneladas. O preço do trigo tem subido devido às secas nos EUA e na Austrália.
(Folha Online, 19/12/2006)
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