Falta água no interior de Santa Cruz do Sul
2006-12-18
Diversas comunidades do interior de Santa Cruz do Sul tiveram que apelar, nos últimos dias, para a ajuda da prefeitura devido à falta de água para consumo humano. Um caminhão-pipa da Secretaria Municipal de Transportes e Serviços Públicos realiza dez entregas por dia na zona rural.
Os 31 alunos da Escola Willy Carlos Froehlich, de Boa Vista, também foram prejudicados pela falta de água. O caminhão-pipa descarregou no local, na última quinta-feira, 500 litros do produto que foram consumidos rapidamente. De acordo com a diretora da escola, Lúcia Frantz, o problema de abastecimento chegou a comprometer até mesmo a limpeza dos banheiros e das salas de aula.
As lavouras de fumo aos poucos começam a ganhar um tom amarelado devido ao calor que passa dos 35 graus no interior do município. O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marcílio Drescher, ressalta que há riscos de queda na qualidade do fumo que ainda irá ser colhido. O problema pode ser sentido no momento da comercialização, caso o tabaco não esteja com a coloração e textura exigidas pelas indústrias. 'O fumo tem folhas grandes e absorve muito o calor. Por isso acaba secando rapidamente', explica. Por enquanto não se fala em quebra na produção.
Outras culturas como o milho e hortigranjeiros também podem ser prejudicadas. Açudes e lagos começam a ficar com o nível mais baixo. 'Estamos preocupados com uma nova estiagem', disse o secretário municipal de Transportes, Ari Schwerz.
A estiagem também preocupa os moradores de Vicente Dutra, na região do Médio Uruguai. Começa a faltar água em algumas localidades do interior do município. O forte calor aliado à falta de chuva, provoca intensa redução do nível da água de fontes superficiais, e também da vazão de poços artesianos.
O prefeito Cazemiro Telski informa que as mais prejudicadas são as localidades de Linha Pinheiro, Linha Cavalheiro e Linha Cinamomo, já que essas comunidades não possuem poços artesianos. Nos últimos anos, três deles foram desativados após secarem. O prefeito anunciou ainda que está buscando recursos em Brasília, junto à Fundação Nacional de Saúde (Funasa), para abrir novos poços e montar estruturas de captação e distribuição de água.
(Correio do Povo, 16/12/2006)
http://www.correiodopovo.com.br/edicaododia.asp