Rede planeja apoiar incubadora para projetos comunitários extrativistas
2006-12-18
Uma rede formada por Banco do Brasil, SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Universidade Federal do Amazonas está planejando reforçar o apoio a projetos na floresta amazônica que, sem agredir a natureza, geram renda por meio da venda de óleos corporais e velas derivadas de árvores nativas, da criação de abelhas, gado leiteiro e búfalo, da pesca e do turismo.
A idéia é que os especialistas em comércio dessas instituições ajudem as comunidades a dimensionar melhor o volume de matéria-prima necessária, a estabelecer preços e buscar potenciais compradores. A proposta surgiu durante um encontro de projetos do PROVÁRZEA/IBAMA (Programa de Apoio ao Manejo dos Recursos Naturais da Várzea), que desde 2001 apóia atividades na Amazônia, com apoio do PNUD.
“Muitas iniciativas não têm experiência em negócios e mercado e ficam vulneráveis a oportunismos”, diz o coordenador do PROVÁRZEA, Mauro Luis Ruffino. Segundo ele, esse é um obstáculo principalmente para os projetos que encerram a parceria com o programa. “A rede de negócios seria importante porque permitiria identificar o ponto de estrangulamento da produção e ajudar no investimento. Ela identificaria quais produtos são feitos, seus preços, a época do ano em que ocorre a produção, e funcionaria como uma bolsa de negócios, para ver potenciais compradores”, conta.
Em um primeiro momento, a rede agregaria os projetos relacionados ao PROVÁRZEA, mas seria, posteriormente, aberta a outras iniciativas. “A rede seria um embrião para que outras instituições possam ser incorporadas”, afirma Ruffino. De acordo com ele, ainda não há uma estratégia definida para o funcionamento do projeto.
A discussão da estratégia ocorreu durante o 5º Encontro das Iniciativas Promissoras do PROVÁRZEA, que terminou nesta sexta-feira, em Santarém (PA), e apresentou as iniciativas apoiadas pelo projeto do IBAMA que mais se destacaram. Participaram do encontro cerca de 70 pessoas de associações, comunidades e cooperativas, técnicos do governo e representantes de organizações não-governamentais.
O PROVÁRZEA, que deve terminar em 2007, auxiliou 25 atividades desde o inicio. Quatro delas, que serão escolhidas por terem resultados considerados mais exitosos e potencial de multiplicação, farão parte de documentários, que serão lançados no ano que vem.
(Por Talita Bedinelli, PNUD Brasil, 15/12/2006)
http://www.pnud.org.br/meio_ambiente/reportagens/index.php?id01=2476&lay=mam