Ibama/RS registra este ano 1.362 animais vítimas de irregularidades
2006-12-15
Até o final do mês passado já haviam sido destinados este ano pelo Núcleo de Fauna do
Ibama/RS 1.362 animais das mais diversas espécies. A grande maioria desses animais teve
origem em ações de fiscalização do Ibama, das secretarias municipais de meio ambiente e da
Brigada Militar. Outras formas de entrada de animais no Centro de Triagem do Ibama/RS
foram a entrega voluntária e os resgates de animais feridos ou abandonados.
Após a triagem, cada animal pode ter três destinos possíveis: se estiver ferido, é
encaminhado à uma clínica ou a um hospital veterinário; se tiver condições, poderá ser
solto na sua área de captura; se estiver mutilado, domesticado e/ou tiver procedência
desconhecida, o animal é encaminhado a criadouro conservacionista ou a zoológico registrado
no IBAMA. Apenas uma pequena parte dos animais que dão entrada no Ibama retorna à
natureza. A maioria precisa ser encaminhada ao cativeiro.
As aves são as vítimas mais comuns dos infratores. Azulões, canários, trincas-ferro,
curiós, cardeais, sabiás, papagaios e tucanos, entre muitas outras espécies, são
sistematicamente capturados e vendidos à população, que busca uma oportunidade barata de
adquirir um animal silvestre, mesmo que ilegal. Outros casos comuns de aquisição e
manutenção ilegal de animais silvestres envolvem répteis, como tartarugas, jabutis e
iguanas, primatas, como sagüis, macacos prego e bugios, carnívoros, como gatos-domato e
quatis, entre muitos outros.
Segundo a analista ambiental do Núcleo de Fauna do IBAMA/RS, Cibele Indrusiak não falta
informação sobre tráfico e comércio ilegal de fauna. “O que falta é a sociedade encarar o
fato de que o tráfico é alimentado pelo cidadão comum, que de forma irresponsável, cruel
e egoísta condena animais livres à prisão perpétua, apenas para seu deleite”. E conclui:
“Enquanto os brasileiros não assumirem sua responsabilidade na conservação, continuaremos
firmes no caminho da extinção de várias espécies nos próximos anos”.
(Por Maria Helena
Annes, Ibama/RS, 14/12/2006)
http://www.ibama.gov.br/