Em carta-resposta enviada à ONG International Rivers Network, o assessor das relações exteriores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Alfredo Barnechea, sinaliza que investimentos no projeto de hidrelétricas do Rio Madeira dependem de minuciosos estudos sobre os danos que ele pode causar à sociedade e ao meio ambiente.
O BID é um dos financiadores dos projetos da Iniciativa de Integração de Infra-estrutura Regional Sul-americana (IIRSA), da qual o Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira faz parte. Ainda não foi definida sua participação no financiamento do conjunto de obras, mas o banco garante, nesta carta, que levará em conta os potencias impactos diretos e indiretos do empreendimento na sua decisão.
Para isso, o BID defende que os critérios para a liberação dos recursos sejam rigorosos. A posição do banco bate de frente com o "destravamento" dos projetos de infra-estrutura, proposto pelo governo, que sugere um relaxamento da legislação ambiental.
Financiamento
A carta do BID foi endereçada também para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para o Banco Mundial e para a Cooperação Andina de Fomento (CAF), o que aponta o interesse dessas instituições no financiamento do Complexo Hidrelétrico.
Em fevereiro deste ano, o então presidente do BNDES, Guido Mantega, afirmou que o banco iria entrar com um financiamento de R$ 6 bilhões a R$ 8 bilhões nas obras, orçadas em um total de R$ 20 bilhões.
Outro grupo interessado em entrar no negócio é composto por empresas da Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia Elétrica (Abiape). A associação, que reúne companhias de grande porte, como Vale do Rio Doce, Votorantim e Gerdau, pretende arcar com cerca de R$ 6,5 bilhões ou R$ 7 bilhões.
Para ter acesso à carta,
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(Por Eliane Scardovelli, Amazonia.org.br, 14/12/2006)
http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=228575