Um esquema de permissões individuais de carbono deve ser criado dentro de cinco anos no Reino Unido para ajudar a reduzir as emissões prejudiciais de gases causadores do efeito estufa. O governo fez o anuncio esta semana, depois que um estudo de viabilidade do programa foi publicado.

O esquema funcionaria com a emissão de cartões de créditos de carbono, a serem utilizados no pagamento de viagens, combustíveis, energia elétrica ou comida. Assim, todo mundo teria uma concessão anual de carbono para gastar nesses itens essenciais do dia-a-dia; e o total de emissões de carbono da população seria limitado. Aqueles que precisassem ou desejassem emitir mais do que o permitido teriam que comprar créditos de quem emitiu menos do que a sua cota.

O estudo foi liderado pelo secretário do Meio Ambiente, David Miliband. Ele acredita que indivíduos e comunidades devem estar autorizados a lutar contra o aquecimento global: “Não podemos contar apenas com o Estado”, defende.

O porta-voz do partido Liberal Democrata, Chris Huhne, diz que a concessão pessoal de carbono é uma grande idéia para a segunda fase de ataque às mudanças climáticas. O grupo ambiental Amigos da Terra afirmou que o princípio de usar um “orçamento” limitado de carbono por pessoa soava bem, mas que a implementação – principalmente por envolver um projeto do governo – era motivo de preocupação.

“O que nos preocupa é que isso pode levar um longo período para ser implementado e nós realmente não temos esse tempo para lidar com as mudanças climáticas”, diz o ativista da Amigos da Terra, Martin Williams. O secretário Miliband admite que os cartões de carbono não entrarão em uso em menos de cinco anos. “Dado isso, nós temos de dez a 15 anos para reverter as emissões de carbono; mas isso não deve ser usado como uma desculpa para se postergar uma ação mais radical do que a anunciada pelo governo”.
(Por Sabrina Domingos, CarbonoBrasil, 14/12/2006)
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