Estratégia energético-ambiental transforma Lisboa até 2020
2006-12-15
Reduzir o consumo de energia em 7 por cento e o consumo de água potável em 25 por cento são algumas das principais metas traçadas pela Estratégia Energético-Ambiental da Cidade de Lisboa, apresentada hoje no Auditório do Alto dos Moinhos. O plano elaborado pela Lisboa E-Nova, agência municipal de energia, divide-se em quatro ferramentas de gestão urbana: a Matriz dos Materiais, cujos dados preliminares foram divulgados, a Matriz da Água, a Matriz Energética de Lisboa e a Caracterização da Qualidade do Ar Interior.
A redução do consumo de energia nos edifícios e nos transportes é a grande prioridade da Estratégia, «que vai avançar desde já com os respectivos Planos de Acção e medidas concretas», adianta António Prôa, vereador do Ambiente da Câmara de Lisboa e presidente da Lisboa E-Nova.
A estratégia vai servir de base para uma política de desenvolvimento sustentável a implementar pela autarquia. As medidas a tomar serão tidas em conta no novo Plano Director Municipal que «deverá estar pronto no início de 2008», acrescenta o autarca, em declarações ao Ambiente Online. O Plano de Mobilidade, entregue à câmara há cerca de dois anos por um grupo de especialistas, será integrado no âmbito do novo PDM.
A Lisboa E-Nova pretende que os Planos de Acção tenham uma alargada discussão pública, pelo que vai promover debates com a população e entidades interessadas. No que respeita aos edifícios, refere Lívia Tirone, administradora-delegada da agência, a aposta será na reabilitação e também nas novas construções. «O potencial de melhoria em Lisboa é enorme, até porque não se tem feito as coisas da melhor forma nesta área», frisa a arquitecta.
De acordo com a Matriz dos Materiais, hoje apresentada pela primeira vez, 80 por cento dos materiais consumidos na cidade de Lisboa não são renováveis e a quase totalidade provém do exterior. Os materiais de construção e os combustíveis fósseis são os que têm maior peso. Em termos globais são consumidas anualmente 11 milhões de toneladas de materiais na capital portuguesa, o que representa cerca de 7 por cento dos materiais consumidos no país. Destas, apenas 187 mil toneladas são materiais produzidos localmente. Todo o resto é importado de outros concelhos e regiões.
(Ambiente Online, 15/12/2006)
http://www.ambienteonline.pt/noticias/detalhes.php?id=4739