Grã-Bretanha pode ter seu ano mais quente, diz pesquisa
2006-12-15
Este ano será o mais quente já registrado na Grã-Bretanha e o sexto no ranking de temperaturas globais, de acordo com pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo Serviço de Meteorologia da Universidade de East Anglia. A Inglaterra está vivenciando um clima quente neste mês de dezembro, o que não é comum para esta época do ano, e o departamento de meteorologia disse que os dados de janeiro a novembro tornam o ano de 2006 o sexto mais quente no mundo desde o início dos registros, em 1850.
O departamento lembrou que os 10 anos mais quentes ocorreram nos últimos 12 anos, mas que as temperaturas poderiam ter sido mais altas se não fosse pelo início frio provocado pelo La Niña, fenômeno que afeta o clima global. Na Grã-Bretanha, os recordes de temperatura foram sendo batidos mês após mês, disse.
"Este ano tem as médias de temperatura mais altas registradas desde o início da série CET (Temperatura Central da Inglaterra), em 1659, e o crescimento acima da média é significativamente mais alto do que nos dois anos mais quentes que vivenciamos" antes, disse Phil Jones, da Universidade de East Anglia.
A maioria dos cientistas concorda que as temperaturas mundiais vão subir entre dois e seis graus centígrados neste século, devido a emissões de gases que provocam o efeito estufa, provocando derretimento nos pólos, causando enchentes, fome e tempestades violentas. O departamento de meteorologia disse que o mês de julho passado foi o mais quente registrado na Grã-Bretanha, com temperatura média de 19,7º C. O período de abril a outubro também foi o mais quente, com temperatura de 14,6º C.
O outono já foi declarado o mais quente registrado, com média de 12,6º C. O departamento disse que "2006 muito provavelmente será o ano mais quente em termos de CET." Os anos mais quentes atualmente são 1990 e 1999, com temperatura média de 10,63 graus. A pesquisa foi distribuída horas antes da divulgação dos números de 2006 do Escritório Meteorológico Mundial.
(Reuters, 14/12/2006)
http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2006/dez/14/166.htm