Técnicos da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) investigam as causas da
redução da vazão das águas do Rio dos Sinos.
Nos últimos 13 dias, a vazão medida em São Leopoldo caiu de 98,2 metros cúbicos por
segundo para 14,5. Como o Sinos é poluído, essa diminuição pode levar a problemas de
abastecimento na Região Metropolitana e à mortandade de peixes - em outubro, 85 toneladas
de peixes morreram no rio.
Segundo o diretor técnico da Fepam, Jackson Müller, apesar dos problemas climáticos, a
baixa da vazão é anormal. Na manhã de ontem (13/12), os fiscais da fundação concluíram a vistoria
na parte alta do Sinos, na região de Santo Antônio da Patrulha. No local, Müller procurou
arrozeiros. Na terça-feira, o agricultor Renato Alencar Daros, 39 anos, conhecido como
Renato Catarina, foi preso em flagrante por desvio de água dos afluentes do Sinos e
derrubada de mata. Ele foi libertado depois de pagar uma fiança de R$ 560.
- Não roubei, não matei e fui preso por estar trabalhando. Não é justo - disse ontem
Daros.
O agricultor se mudou de Santa Catarina para Santo Antônio há quatro anos, em busca de
terras para plantar arroz.
- Os arrozeiros não são os responsáveis pela diminuição da vazão do rio. Estão batendo na
porta errada, mais uma vez - reclamou o agrônomo Ivo Stoffel, porta-voz da Associação dos
Arrozeiros de Santo Antônio da Patrulha.
Segundo Stoffel, os produtores têm diminuído o uso da água do rio na irrigação com a
incorporação de novas tecnologias para o plantio.
- O responsável pela diminuição na vazão é o aumento populacional das cidades e a poluição
dos recursos hídricos da região pelo esgoto doméstico - avalia o agrônomo.
Müller seguirá hoje (14/12) com a busca das causas da diminuição da vazão na região de Taquara.
Para ele, além dos problemas com os arrozeiros, a poluição e a retirada de água, o rio
sofre com o assoreamento.
(Por Carlos Wagner,
Zero Hora, 14/12/2006)