Na Rua Nair Covolan, bairro Jardim Itália, a poluição está no ar e na água. Um processo
foi aberto na Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) há cerca de seis meses por
causa do mau cheiro, a fumaça e a fuligem que podem ser percebidas no ar e também sobre as
plantas e objetos expostos do lado de fora das moradias. Mas até agora o problema não foi
resolvido.
- Se você passar o dedo na grade da minha casa, ele vai sair preto, e não é por causa de
movimento de carros - conta uma moradora, que prefere o anonimato.
Ela diz que há meses vai periodicamente à Semma para saber do andamento da investigação,
mas os atendentes dizem apenas que o processo é longo e que ainda não há nenhuma conclusão
sobre o caso.
Há um mês, o problema está ocorrendo também na água. Junto com o líquido que jorra da
torneira instalada em sua casa, sai uma espécie de pó preto que, num primeiro momento,
deixa a água pintada de cinza e logo após se deposita no fundo do recipiente.
A moradora conta que descobriu o problema depois de receber uma carta do Serviço Autônomo
Municipal de Água e Esgoto (Samae), sugerindo que a família verificasse se não estava
tendo problemas com vazamento de água, provavelmente por causa do consumo excessivo. Um
teste na torneira localizada junto ao registro fez as pessoas perceberem a presença da
sujeira na água.
- A água que desce da caixa não tem isso. Pode ser que o cano de saída fique acima do
fundo - sugere.
Segundo ela, o Samae foi comunicado, mas ninguém foi até sua casa.
Semma suspeita de empresa
O secretário municipal do Meio Ambiente, Ari Dallegrave, diz que desde julho investiga uma
empresa metalúrgica próxima das casas de onde estão sendo feitas reclamações sobre
poluição no ar. Ele não pode afirmar que a empresa seja a causadora dos problemas, mas tem
motivos para suspeitar dela:
- Nós solicitamos os licenciamentos e a documentação da Fepam (Fundação Estadual de
Proteção Ambiental) que a autorizou a funcionar e percebemos que existem irregularidades.
Mas continuamos investigando.
Dallegrave diz que já notificou a empresa e que vai encaminhar à Fepam o resultado dessa
investigação.
O diretor-geral do Samae, Marcus Vinicius Caberlon, disse que não sabia do problema na água
e que mandaria um técnico ao local colher uma amostra para ser analisada. Ele disse ainda
que a população deve ligar para o 195 para alertar sobre problemas, o que não ocorreu
nesse caso.
(
Pioneiro, 13/12/2006)