O Ministério do Meio Ambiente promove, até amanhã (15/12), o I Congresso Aqüífero Guarani, em Campo Grande, no Mato Grosso. A água é um dos recursos naturais mais valorizados atualmente, e o Brasil é um dos poucos países que dispõem dessa riqueza em abundância. O Aqüífero Guarani é uma das maiores reservas subterrâneas de água mineral do planeta, que se estende pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, abastecendo total ou parcialmente mais de 500 cidades brasileiras. Esta reserva abrange ainda parte da Argentina, Paraguai e Uruguai.
O volume do manancial do Aqüífero Guarani chega a 37 mil quilômetros cúbicos e sua extensão se aproxima de 1,2 milhões de quilômetros quadrados. O Brasil possui a maior parte - 840 mil quilômetros quadrados, ou 70% do total. Suas águas, em geral, são de excelente qualidade para consumo doméstico, industrial e para irrigação.
Aliado a isso, o fato do aqüífero apresentar boa proteção contra os agentes de poluição que afetam rapidamente as águas dos rios e outros mananciais de água de superfície faz com que o Aqüífero Guarani seja o manancial mais econômico, social e flexível para abastecimento do consumo humano na área. Além disso, a altas temperaturas das águas, que podem ser superior a 30ºC, são úteis em balneários e na agroindústria (para despelar frangos). Estudos revelam que existe a possibilidade de ocorrerem poços jorrantes em 70% da área do aqüífero.
No Congresso, o objetivo é atualizar os conhecimentos sobre esta reserva. O evento é dirigido a usuários de água, representantes de organismos de bacias, de universidades, da sociedade civil, de órgãos gestores de recursos hídricos e do meio ambiente, e especialistas no assunto. O interesse do público-alvo superou as expectativas.
Eram esperadas 250 inscrições. Na segunda-feira (11/12), a organização já contabilizava mais de 300 inscritos, entre brasileiros e estrangeiros. Durante o congresso, estão sendo apresentados trabalhos relacionados à gestão, proteção, comunicação social, educação ambiental aplicada ao conhecimento técnico-científico e uso do sistema aqüífero.
O governo brasileiro desenvolve, em parceria com Argentina, Uruguai e Paraguai, o Projeto de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Sistema Aqüífero Guarani. A iniciativa conta com apoio da Organização dos Estados Americanos (OEA). Os quatro países estudam juntos a formulação de um marco legal para promover a gestão compartilhada das águas subterrâneas do aqüífero. O Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF) é o organismo financiador do projeto.
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Adital, 13/12/2006)