Saem de cena as últimas empreiteiras da usina eólica
2006-12-14
Com a iminente conclusão do Parque Eólico de Osório, a antepenúltima
prestadora de serviços a deixar o canteiro de obras é a J. C. Construções
Elétricas Ltda, uma das poucas firmas de Osório a participar da implantação
da usina que marca o início da revolução eólica em andamento no Rio Grande
do Sul.
Fundada há 20 anos pelo engenheiro eletricista José Carlos Araújo,
ex-funcionário da CEEE e um dos pioneiros na busca por energias alternativas
no Rio Grande do Sul, a J. C. sai de cena satisfeita: “Valeu pelo desafio,
pela experiência e pela abertura para participar de novos empreendimentos na
produção de energia eólica”, diz o técnico eletricista e administrador Elsom
Witt Venturini, um dos sócios-diretores da empresa.
Vencedora de uma licitação que atraiu outras seis empresas de fora, a J. C.
foi contratada para implantar toda a rede elétrica subterrânea que liga os
cata-ventos à subestação-central de controle – um trabalho complexo que
exigiu dedicação exclusiva de um grupo de 16 funcionários liderados pelo
engenheiro Ronaldo Machado Horn. Para cumprir seu contrato, a J.C. dependeu
basicamente de três fornecedores que, além de material, lhe ofereceram
treinamento: Phelps Dodge Brasil (cabos), Erico do Brasil (soldas
isotérmicas) e Ormazabal (quadros de comando).
A missão começou pelo aterramento das bases das torres. Para isso a J. C.
teve de acompanhar passo a passo o trabalho dos operários da Archel
Engenharia, responsável pela armação de ferro e a concretagem das bases. À medida que se realizava a armação, os técnicos da J. C. instalavam os cabos de cobre indispensáveis para isolar as bases do perigo de descargas
elétricas naturais (raios). A proteção dos aerogeradores contra os raios
ficou por conta da Wobben Windpower, dona da tecnologia de geração eólica, que não libera para ninguém as chaves das portas das torres.
A parte mais pesada da tarefa da J. C. era fazer a ligação elétrica entre os
transformadores – situados na base das torres -- e a central de controle.
São três cabos elétricos enterrados a um metro de profundidade. Um pouco
acima, no mesmo valo, foi estendido o cabo de fibra óptica que serve para a transmissão de dados.
Apenas num trecho do Parque Eólico foi construída uma rede aérea -- no
Parque dos Índios, onde estão os cata-ventos mais distantes da central de
controle. Mais barata do que a subterrânea, a rede aérea foi a solução
encontrada pela Ventos do Sul para transpor o duto da Petrobras que
transporta petróleo de Tramandaí para a Refinaria Alberto Pasqualini em
Canoas. Implantado na década de 1960, o oleoduto está sendo reformado para atender à ampliação da capacidade da refinaria.
(Por Geraldo Hasse, exclusivo para o Ambiente Á e JornalJÁ, da Série
Diário dos Ventos, 13/12/2006)