O Ministério Público alerta para os riscos de um novo problema ambiental no Vale do Sinos. Está preocupado com o destino que pode ser dado a resíduos industriais que, antes da intervenção judicial, no dia 27, eram levados à central de recebimento Utresa, em Estância Velha.
Dos cem caminhões que ali depositavam resíduos diariamente, apenas 45 continuam sendo encaminhados, conforme informaram ontem (12/12) à tarde o promotor Paulo Eduardo de Almeida Vieira, o diretor jurídico da Utresa, Fernando Couto, e um dos dois interventores nomeados pela Justiça há pouco mais de 10 dias, o geólogo Sandro Bertei.
O promotor salienta que não há razões para que empresas deixem de encaminhar seus resíduos.
- Hoje, ela é o que há de mais fiscalizado no Estado. Temos aqui o Ministério Público, a Polícia Federal, o Judiciário, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e os interventores - disse, acrescentando que indústrias que deixam de encaminhar os resíduos à Utresa podem estar optando por outras centrais como também podem estar infringido a lei, lançado seus efluentes na natureza.
A Utresa é apontada pelo Ministério Público como a principal responsável pela mortandade de cerca de 86 toneladas de peixes do Rio dos Sinos, em outubro.
O diretor executivo da empresa, Luiz Ruppenthal, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça no final de novembro, mas permanece foragido.
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Zero Hora, 13/12/2006)