Amazonas não tem programa estadual de educação ambiental
2006-12-13
A Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental foi anunciada em junho de 2004 e teve sua criação formalizada, por meio do decreto estadual 25043, no ano seguinte. Seus 30 membros, porém, reuniram-se apenas no dia da posse e não cumpriram, por isso, com o principal objetivo do grupo: a elaboração de um programa estadual de educação ambiental.
Para incentivar a retomada dos trabalhos da comissão e propor diretrizes desse programa é que o Fórum Permanente de Educação Ambiental do Amazonas realiza hoje (12) e amanhã, em Manaus, o encontro “Bases para a política e programa de educação ambiental no Amazonas”.
“O Programa Nacional de Educação Ambiental, revisado em 2004, estabelece que os estados devem aprovar seus programas específicos. A maioria dos estados brasileiros já cumpriu essa obrigação, mas o Amazonas não. Como a comissão deveria fazer e não fez, o fórum se achou no dever de reunir os seus membros e fazer a proposta”, explicou à Radiobrás a coordenadora do Núcleo de Educação Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Maria Eulinda Fonseca.
Ela declarou ainda que a aprovação de um programa estadual de educação ambiental ajudaria a coordenar os esforços humanos e financeiros das várias instituições governamentais e não-governamentais que já estão atuando na área. “Hoje em dia todo mundo faz educação ambiental, mas não sabemos a qualidade desse trabalho. As pessoas ainda confundem gestão ambiental com o processo de educação ambiental. Na gestão você resolve um problema; na educação, você trabalha com a pessoa para que ela tenha um comportamento ecologicamente correto. Não adianta ensinar reciclagem sem conscientizar o educando para a redução do consumo, por exemplo”, argumentou.
A diretora da Escola de Educação Ambiental da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Elizabeth Santos, afirmou que a falta do programa estadual impede o Amazonas de concorrer a alguns financiamentos públicos na área. Ela contou ainda que o fórum surgiu em 1998, como fruto de um programa de multiplicação de educadores ambientais desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC) desde 1995.
Os 30 membros da comissão representam os seguintes setores: quatro pessoas são do governo estadual, quatro do governo federal, quatro de prefeituras, quatro de instituições de ensino e pesquisa, quatro de movimentos sociais, quatro de organizações não governamentais e quatro do setor empresarial.
Além disso, participam também o secretário estadual de Meio Ambiente, o secretário estadual de Educação, que se revezam na presidência da comissão. “Estou assumindo hoje a presidência. Deveria ter feito isso desde junho, mas o principal motivo do atraso foram as eleições”, justificou o atual secretário estadual de educação, Gedeão Amorim, acrescentando que acredita que o programa estadual de educação seja aprovado até abril do próximo ano.
(Por Thaís Brianezi, Agência Brasil, 12/12/2006)
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