Na segunda-feira, o IBGE informou que o rebanho bovino brasileiro cresceu apenas 1,3% de 2004 para 2005, alcançando a marca de 207, 16 milhões de cabeças. Foi o menor índice de crescimento dessa década, motivada, segundo os técnicos, pela queda do preço da carne no mercado internacional. Eles afirmaram ainda que os pastos ociosos estão sendo ocupados por plantações de soja e cana. Só não explicaram para onde foram os bois que lá pastavam e nem tampouco onde o rebanho está crescendo. Um exame acurado do mais recente censo bovino, no entanto, responde facilmente a essa pergunta.
Resposta: O gado foi parar na Amazônia, em áreas que antes eram ocupadas por floresta.
Os quatro primeiros lugares em termos absolutos no crescimento da população de bovinos em 2005 são ocupados por estados amazônicos. A liderança coube ao Mato Grosso, que colocou mais 732 mil 502 bois em seu território. Em segundo está Rondônia, que adicionou 678 mil cabeças ao seu rebanho. A seguir, vem o Pará, com 633 mil 173 cabeças a mais do que em 2004. A lista fecha com o Maranhão, que ampliou o rebanho estadual em 520 mil 817 reses.
Os maiores rebanhos da região Norte concentram-se em estados que, nos últimos anos, ocuparam as primeiras posições no índice de desmatamento anual da Amazônia.
O quinto lugar desse ranking de crescimento absoluto pertence a Goiás, onde o número de bois deu um salto em 2005 de 306 mil 783 cabeças. O estado é basicamente coberto por Cerrado, mas nos últimos cinco anos foi campeão nacional em desmatamento de Mata Atlântica, como informou hoje novo estudo sobre o tema.
Percentualmente, a liderança entre os estados no crescimento do rebanho bovino também pertence à Amazônia. O campeão foi o Amapá, com um salto, em 2005, de 17,46% em relação ao ano anterior. Em seguida está o Acre, que deu um pulo de 12,14%. O strike amazônico nessa categoria foi atrapalhado por Pernambuco, onde o número de bois cresceu 11,97%. Mas a região volta a brilhar no 4º lugar com Roraima, onde a expansão bovina em 2005 foi de 10,46%. Na quinta posição, vem outro estado nordestino, Alagoas, com 10,24%.
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OEco, 12/12/2006)