As altas temperaturas e a falta de chuva em dezembro já começaram a preocupar os
agricultores da região. Segundo o Setor de Meteorologia da Universidade Federal de Santa
Maria (UFSM), neste mês choveu apenas 1,1 milímetro (mm), sendo que a média é de 136,5mm.
A última chuva mesmo, de 30mm, foi no dia 26 de novembro. Mas há uma boa notícia para
quem anda rezando para São Pedro para não ter prejuízos na plantação. Pancadas de chuvas
podem ocorrer até o final de semana, e chuvas mais expressivas devem cair a partir do dia
20.
A previsão vem em boa hora. Se não bastasse a atual escassez de chuva, os termômetros devem
chegar a 35°C na região nesta semana. Segundo a Emater, a combinação de muito calor e pouca
umidade pode prejudicar, principalmente, lavouras como milho e soja.
Os produtores rurais da Granja Santa Maria, Ari e Elvio Pozzobon, plantam soja em uma área
de 200 hectares em Canabarro. Pai e filho começaram a plantar a lavoura há um mês e torcem
pela retomada da chuva para concluir o plantio dos 50 hectares que faltaram.
- O produtor fica neurótico quando chega esta época e falta chuva. Em 2005, já tínhamos
terminado de plantar no começo de dezembro. Não tivemos perdas ainda, só atrasou o plantio
- diz Elvio, 35 anos, que também cultiva arroz, milho, melão, melancia e abóbora.
Ele confere a previsão do tempo diariamente. Apesar da previsão de chover abaixo do
esperado em janeiro e fevereiro, ele espera uma boa safra:
- Metade da lavoura foi financiada pelo banco, e a meta é pagar tudo. Em média, colhemos
47 sacos por hectare e, agora, queremos chegar aos 50. Para isso, basta chover.
Para a Emater Regional, é cedo para dizer que a pouca chuva do mês está afetando as
lavouras. O técnico da Emater e engenheiro agrônomo Antônio Carlos Miranda diz que o
cenário ainda não caracteriza prejuízo nas culturas:
- Há uma preocupação muito grande dos produtores, que estão receosos com os dois últimos
anos de estiagem. Se chover de 20 a 30 milímetros, nos próximos sete a 10 dias, ficará tudo
normal.
Miranda aponta que janeiro e fevereiro podem ser mais preocupantes para o campo já que há
previsão de chuvas abaixo da média, segundo a Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
- Os produtores devem economizar o máximo possível de água para a irrigação do arroz - diz.
(Por Matheus Beust,
Diário de Santa Maria, 12/12/2006)