Presidente chinês suspende extermínio de cachorros no país
2006-12-13
O sacrifício em massa de cachorros foi suspenso nesta quarta-feira, na China. A medida havia sido tomada em meados deste ano, na tentativa de prevenir a raiva e enfrentou forte oposição dos donos de animais de estimação. O anúncio foi feito pelo presidente chinês, Hu Jintao.
A decisão de Hu de assumir uma posição na questão canina, que se tornou um verdadeiro problema social, foi tomada depois de o presidente receber por escrito as queixas de 60 mil donos de cachorros, segundo o jornal South China Morning Post. Um dos signatários das cartas afirmou que Hu está muito preocupado com a campanha de extermínio, que causou numerosos protestos e recebeu uma ampla cobertura por parte da imprensa estrangeira.
Desde agosto, dezenas de milhares de cachorros foram sacrificados. Em algumas zonas rurais com alto número de mortes por raiva em seres humanos, toda a população canina foi exterminada. Em Pequim, a Prefeitura implementou a "política do cachorro único". As famílias só são autorizadas a ter um cão. Patrulhas policiais visitam as casas para verificar se a norma é respeitada e levar os animais que não estejam vacinados, registrados ou superem a quota.
Além disso, há multas para quem passear com seus cachorros. A medida que causou descontentamento entre os donos e manifestações nas ruas, levando a confrontos violentos com a Polícia e detenções dos organizadores dos protestos. A raiva é uma das doenças contagiosas que mais mortes causa na China. Só entre janeiro e agosto deste ano, 1.700 pessoas morreram. Ironicamente, este é o Ano do Cachorro no horóscopo tradicional chinês.
(EFE, 13/12/2006)
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