Invasão serve para pressionar Ministério da Justiça, diz Aracruz
2006-12-13
Em nota publicada em seu site na Internet, a Aracruz argumenta que a invasão de seu porto no município de Aracruz, no Espírito Santo, é mais um ato da série de manifestações para pressionar o Ministério da Justiça a tomar uma decisão favorável à ampliação de 11 mil hectares da reserva indígena do centro-norte do Espírito Santo, quase totalmente em áreas de propriedade da empresa.
Segundo a empresa, após a invasão de terras e da fábrica da companhia em 2005, os manifestantes radicalizaram suas ações a partir de setembro passado, com novas invasões de propriedades da empresa, incêndios de mais de 200 hectares de florestas, interdição de estradas e intimidação de funcionários e colaboradores da companhia. Estes atos de violência atingem não apenas milhares de funcionários e colaboradores da empresa, mas toda a população da região de Aracruz.
Com um dos maiores volumes de carga do mundo (e capacidade anual de 4 milhões e 500 mil toneladas de celulose), o Portocel é operado pela Aracruz e Cenibra e exporta celulose de quatro empresas: Aracruz Celulose, Cenibra, Stora Enso e Suzano. O porto é de propriedade da Aracruz Celulose (51%) e da Cenibra (49%) e também recebe madeira por barcaça.
A empresa lembra que uma contestação apresentada pela Aracruz Celulose, em junho passado, ao relatório da Funai, favorável à demanda dos índios, contém elementos suficientes para demonstrar que a empresa não ocupa e nunca ocupou terras indígenas, que não expulsou índios de suas terras, e que as adquiriu de forma legal. Ao todo foram entregues ao órgão, em agosto, 15 mil páginas de documentos, em 14 volumes, que fundamentam a argumentação da empresa.
Diz ainda a nota: "A companhia entende que quaisquer reivindicações devem ser conduzidas dentro lei, para conquistar legitimidade e o aval da sociedade. O que os manifestantes vêm promovendo, ao contrário, é o desrespeito ostensivo às instituições. Essas invasões põem em cheque investimentos, empregos e o desenvolvimento futuro não apenas de um setor produtivo, mas de todo o país".
(Aracruz Celulose, 12/12/2006)
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