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2006-12-12
A Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio) pretende definir, até hoje (12/12), as metas nacionais para reduzir as perdas de biodiversidade até 2010. A comissão vai analisar mais de 20 propostas sugeridas durante um seminário realizado em outubro.

Entre as propostas estão: dobrar a taxa de descobrimento e descrição de espécies novas até 2015, reduzir em 25% a taxa anual de crescimento do número de espécies ameaçadas em todos os biomas e ampliar, em quatro vezes, a área da floresta amazônica sob manejo florestal.

Segundo o presidente da Conabio e diretor de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Paulo Kageyama, essa será a primeira vez em que serão estipuladas metas de conservação da biodiversidade. Antes, explicou, eram sugeridas prioridades. A idéia da elaboração das metas é de que as questões relacionadas à preservação da biodiversidade sejam observadas na elaboração do próximo Plano Plurianual de Investimentos (PPA 2008-2011).

“O Brasil, como maior detentor de biodiversidade do planeta, tem que dar muita atenção para esse assunto”, afirmou Kageyama. Também precisamos verificar se as metas estabelecidas para 2010 são de fato exeqüíveis.”

O representante do Ministério da Agricultura na Conabio, José Francisco Valls, também pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), explicou que as metas são uma forma quantificada de estabelecer como se pretende cumprir os objetivos. “Elas traduzem de uma forma numérica as intenções de por em prática o que foi ratificado pelo Brasil”, disse.

Valls lembrou que o Brasil assinou e posteriormente ratificou a Convenção da Diversidade Biológica e o Tratado de Recursos Fitogenéticos para Alimentação e Agricultura, ambos da Organização das Nações Unidas (ONU), comprometendo-se a cumprir as obrigações desses acordos.

Para agricultura, por exemplo, o pesquisador alertou para o perigo do surgimento de novas pragas se não forem colocadas em prática regras de conservação. “Se brincarmos com isso e não conservamos [a diversidade biológica], dentro de algum tempo aparecem novas doenças, novas pragas para os nossos produtos agrícolas e simplesmente não teremos diversidade para compensar por meio de projetos de melhoramento. Podemos ter perdas de plantas e de culturas”, alertou.

Ainda segundo o pesquisador, as metas procuram ser racionais, o problema é que o Brasil já estaria atrasado em relação a outros países que também ratificaram os acordos da ONU. “Acontece que o Brasil está formalizando a aceitação de metas nacionais em 2006, então estamos começando a internalizar essas decisões globais com quatro anos de atraso. Temos não mais oito anos para cumprir, mas quatro”, afirmou. “Por isso pode haver uma negociação. Quem sabe não nos comprometemos em fazer tanto, só acho que ficará feio para o país de maior diversidade do mundo.”
(Por Ivan Richard, Agência Brasil, 11/12/2006)
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/12/11/materia.2006-12-11.8877905420/view

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