Lixões e aterros ainda são o destino mais comum do lixo no país, aponta estudo
2006-12-12
Grande parte do lixo produzido nos municípios brasileiros (36%) vai para os lixões e aterros sanitários. Em 49% desses lixões e aterros não há impermeabilização do solo e em 11% o lixo fica a descoberto. Os dados estão no Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos lançado pelo Ministério das Cidades. O estudo compreende municípios de 25 estados e o Distrito Federal e correspondem a 38% da população brasileira.
Reduzir a quantidade de lixões é iniciativa de responsabilidade dos municípios que, porém, devem contar com o incentivo, definição de políticas e liberação de recursos da União, de acordo com o secretário nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, Abelardo de Oliveira Filho.
“Infelizmente temos ainda uma quantidade grande de lixões. Tem que se fazer uma capacitação contínua principalmente nos municípios que são os responsáveis pelo que se chamam de manejo dos resíduos sólidos, que é a coleta, o tratamento e a destinação adequada (do lixo)”, disse.
Outro dado que preocupa o Ministério das Cidades é que 47% dos lixões não têm qualquer tipo de licença ambiental e 1,7% tem apenas licença ambiental prévia.
O diagnóstico aponta ainda que a coleta de lixo atende 94% da população urbana com freqüência média de recolhimento dos resíduos de duas a três vezes por semana. Sobre coleta seletiva, os dados mostram que os catadores são os grandes responsáveis por esse trabalho. A coleta seletiva informal, realizada por catadores, está presente em 85% dos municípios pesquisados.
“Por que reciclar o lixo? Primeiro é uma fonte de emprego e renda e é também fundamental para a preservação do meio ambiente”, disse Abelardo de Oliveira.
Segundo o secretário, o governo federal deve anunciar, em breve, um plano de investimento para os próximos quatro anos que envolve ações de saneamento, água, esgoto e também a coleta e tratamento do lixo.
O Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos é a terceira edição da série histórica sobre lixo, elaborada anualmente desde 2002 a partir de dados extraídos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).
(Por Yara Aquino, Agência Brasil, 11/12/2006)
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/12/11/materia.2006-12-11.4002331734/view