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2006-12-12
O diesel derivado do petróleo é o combustível que mais gera poluentes tóxicos na atmosfera, quando comparado ao biodiesel e ao gás natural. Mas, segundo estudo feito na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), esse quadro pode ser revertido com a adoção de novas tecnologias capazes de reduzir drasticamente as emissões veiculares.

A pesquisa estimou o total de poluentes emitidos mensalmente por ônibus e microônibus em Campo Grande (MS), que empregavam os três combustíveis. O estudo, feito por Glauco Kozerski e Sônia Corina Hess, do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da UFMS, foi publicado na revista Engenharia Sanitária e Ambiental.

Os autores utilizaram dados sobre padrões químicos dos poluentes e detalhes técnicos das emissões gasosas fornecidos pelos fabricantes de motores. Quantificaram ainda a energia gerada pelos três combustíveis e calcularam as distâncias mensais rodadas por veículos de seis empresas de transporte coletivo da cidade.

Após comparar as emissões dos motores, o estudo verificou a existência de modelos que poluíam menos, mesmo com a utilização do diesel – alguns chegaram reduzir em mais de 50% as emissões de poluentes. A principal conclusão do trabalho é que as leis brasileiras que regulamentam o setor estão defasadas.

“As inovações tecnológicas em motores, catalisadores, filtros de partículas e sistemas de queima do combustível são capazes de minimizar a emissão de monóxido de carbono e de óxidos de nitrogênio, por exemplo, a níveis bem inferiores aos que a legislação atual exige”, disse Sônia Corina Hess à Agência FAPESP.

“Como os padrões legais de emissão que temos hoje são muito mais brandos do que seria possível implementar, é preciso destacar a urgência de que sejam criadas leis mais restritivas, principalmente para veículos dos grandes centros urbanos”, afirmou.

Segundo a pesquisadora, a solução é simples: se existem motores menos poluentes, eles devem ser usados por todos os fabricantes. “Além das mudanças na legislação que restrinjam os parâmetros de emissão, órgãos como o Conama [Conselho Nacional do Meio Ambiente] precisam garantir que as inovações disponíveis sejam incluídas nas exigências técnicas dos fabricantes de motores. É inaceitável que a legislação brasileira ainda não tenha conseguido acompanhar a evolução tecnológica de queima dos combustíveis”, lamenta.

Estratégias nacionais
O estudo feito na UFMS destaca também que o biodiesel é o mais indicado no caso brasileiro, não apenas por gerar menos poluentes na atmosfera, mas por que, “com a utilização gradual do biodiesel, novos empregos serão gerados em atividades agrícolas e industriais e as importações de óleo diesel serão diminuídas”.

O atual modelo de transporte de cargas é representado principalmente por veículos movidos a óleo diesel. Para atender à demanda do mercado nacional, o combustível é responsável por mais de 30% do volume de petróleo processado no Brasil. Diversos estudos têm relacionado seus poluentes tóxicos ao desenvolvimento de doenças como câncer, hipertensão, acidentes vasculares e problemas respiratórios.

Sônia chama a atenção também para o surgimento do H-Bio, diesel misturado com óleo vegetal que, segundo ela, do ponto de vista tecnológico pode superar o biodiesel. “A vantagem desse combustível é que o óleo de soja pode ser adicionado, junto a aditivos químicos, diretamente no diesel de petróleo, evitando o processo industrial de transesterificação utilizado na produção do biodiesel”, explica.

“É cada vez maior a possibilidade de o H-Bio ter apenas óleo de soja e aditivos químicos em sua composição, eliminando completamente o óleo diesel. A grande vantagem é que o biodiesel e o H-Bio são produtos genuinamente brasileiros, que utilizam tecnologia nacional em seus processos de fabricação”, afirma.

Quanto ao emprego do gás natural, o estudo mostra que a vantagem desse combustível é a redução nas emissões de óxidos de nitrogênio e de material particulado, apesar de seu emprego ser desfavorável para a balança comercial brasileira, pois boa parte é importado da Bolívia, com preços fixados em dólares.
(Por Thiago Romero, Agência FAPESP, 11/12/2006)
http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?data[id_materia_boletim]=6454

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