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2006-12-11
A participação de agricultores familiares na produção de biocombustíveis ainda é uma alternativa em construção, que demanda mais debates, pesquisa e negociações. Ela vai significar complementação de renda, em lugar de geração de renda, de acordo com representantes do setor que participam da V Expo Brasil Desenvolvimento Local, que está sendo realizada até esta sexta-feira (8), no Centro de Convenções da Bahia, em Salvador.

A agricultura familiar não quer ser apenas fornecedora de matéria-prima para a geração de energia limpa, do chamado biodiesel. Se possível, os agricultores familiares também gostariam de produzir o combustível verde, pois ele poderá reduzir custos das pequenas propriedades, assentamentos e ser negociado no mercado interno. A compatibilidade dos métodos de plantio das plantas oleaginosas, sem agrotóxicos e inseticidas, com a produção de alimentos para consumo humano, preocupa as famílias de agricultores.

Essas são as principais considerações de Wallace Medeiros, do Movimento Sem Terra (MST), e de Paulo Sérgio, da Fetraf (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Brasil). Eles estão participando como debatedores do painel 'Biocombustíveis: inclusão da agricultura familiar na cadeia produtiva do biodiesel', que está focando o programa da Petrobras, cujo objetivo é o tema em discussão.

“O projeto é bom, mas ainda é bastante embrionário”, disse o representante da Fetraf. Ele considera que a fase atual é de mobilização e discussão. “A agricultura familiar tem peculiaridades que não são as mesmas da agricultura das áreas de assentamento”, argumentou.

A inclusão dos agricultures familiares na cadeia produtiva do biodiesel não vem como principal objetivo, é complemento de renda. “A segurança alimentar e nutricional é o grande problema para nós, mas a proposta dá luz para outras áreas”, complementou. Por esse motivo, a base da produção de grãos oleaginosos para o processamento de biocombustível tem de ser agroecológica. “A produção das oleaginosas tem que estar casada com a produção da cesta báscia”, justificou.

Responsabilidade social e ambiental
O coordenador das tecnologias sociais da gerência de gás e energia da Petrobras, Lenart Nascimento, representou a empresa no painel. Ele apresentou as metas da companhia brasileira de petróleo em relação à inserção da agricultura familiar na cadeia produtiva de biocombustível e também concordou que a proposta ainda está em processo de construção. Até 2015, a Petrobras pretende ser a empresa-líder na responsabilidade social e ambiental e estar integrada com toda a cadeia de produção de biodiesel, segundo Lenart. "Estamos aprendendo, fazendo”, acrescentou.

Em 2003, a empresa estabeleceu nova política de responsabilidade social e ambiental, rompendo com o assistencialismo e a compensação e assumindo novas diretrizes como a efetivação de direitos, baseada na sustentabilidade e autonomia, esclareceu Lenart. Desde então, são esses os critérios para a seleção de projetos a serem apoiados pela Petrobras.

O apoio da empresa às cooperativas de recicladores de resíduos sólidos, que abrange 92 municípios no País, é a referência para a construção do projeto de produção de biocombustíveis, que objetiva a inclusão da agricultura familiar na cadeia produtiva. A comercialização em rede do óleo vegetal deverá ser reaplicada nos moldes adotados com as cooperativas de recicladores de lixo. O óleo poderá ser produzido a partir da mamona, girassol, dendê e amendoim.

Biocombustível é o futuro
“Houve a era do carvão, depois surgiu o energético mais eficiente que é o petróleo”, observou Lenart. O petróleo será substituído pelo biocombiustível, nas próximas décadas, acrescentou o coordenador da Petrobrás. A base de biodiesel vai abastecer o transporte e o petróleo ficará restrito à indústria petroquímica e seus derivados.

A Petrobras já assumiu a construção do cenário futuro e instalou duas plantas-piloto de esmagamento de oleaginosas em Guamaré (RN). A ANP (Agência Nacional de Petróleo) está realizando leilões para a aquisição de biodiesel pelas empresas de petróleo e gás.

A implantação de três unidades iniciais de esmagamento de plantas oleaginosas em Quixadá (CE), Candeias (BA) e Montes Claros (MG) está no planejamento da companhia, que espera contar com outras instituições parceiras. A idéia é fomentar o cooperativismo entre os agricultores familiares e financiar os insumos, capacitá-los em gestão e técnicas. “Os agricultores é que vão dizer quem querem como parceiros”, alertou Lenart.

“Nós não queremos reproduzir o modelo da monocultura, que resulta em grande impacto ambiental, Vamos apoiar projetos de plantios consorciados e com o uso de fertilizantes e métodos naturais”, disse o coordenador.

A Petrobras vai também vai apoiar a secagem, armazenamento, transporte e esmagamento dos grãos. “A empresa buscará a erradicação do analfabetismo e a permanência de crianças e adolescentes nas escolas junto ao projeto de produção do biodiesel”, complementou.
(Agência Sebrae de Notícias, 08/12/2006)
http://asn.interjornal.com.br/noticia.kmf?noticia=5546669&canal=199

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