Seca no Alto Uruguai, região da Usina Hidrelétrica Itá, gera prejuízo de R$ 382 mil
2006-12-11
A estiagem, que levou a Usina Hidrelétrica Itá a produzir apenas 20% da sua capacidade máxima instalada há cerca de 30 dias, reduz também o ingresso de recursos nos cofres de Aratiba, a 40 km de Erechim. Previsão feita no início do ano apontava que até 31 de dezembro o município receberia R$ 1,167 milhão como compensação financeira dos recursos hídricos, pelas terras que cedeu para a formação do lago da barragem. Com a redução na produção de energia, Aratiba fechou o mês de outubro acumulando o recebimento de R$ 785 mil. A estiagem que se estendeu durante boa parte dos primeiros dez meses e a queda na geração de energia reduziram a previsão inicial em R$ 382 mil, ou seja, 32,6% do valor previsto para entrar nos cofres municipais.
De acordo com o chefe do Departamento de Fazenda do município, Walter Neure, a previsão do repasse de recursos ao município sobre a comercialização de energia de Itá caiu da estimativa inicial de R$ 116 mil/mês para R$ 78,5 mil/mês nos dez primeiros meses do ano. Isso significa uma redução de 32,3% da estimativa inicial. Segundo Neure, no ano passado o município recebeu pouco mais de R$ 1,646 milhão como compensação financeira dos recursos hídricos sobre a produção e venda de energia da usina Itá. Para 2006, mesmo fazendo uma estimativa inferior, de R$ 1,4 milhão, nem isso será alcançado.
Aratiba, com cerca de 8 mil habitantes, mudou radicalmente sua rotina, que dependia diretamente da agricultura, depois que entrou em operação a hidrelétrica Itá, em 2000, na divisa com o município catarinense de mesmo nome. Em 2002, ainda sem receber os recursos da produção de energia, o município tinha orçamento de R$ 7 milhões. Neste ano, está em R$ 20,3 milhões e, em 2007, deve atingir R$ 21 milhões. O prefeito Gilberto Endges destaca que o município já elabora plano diretor com medidas estratégicas para vários setores da economia. 'Daqui a dois anos, essa queda na produção de energia se refletirá no retorno do ICMS. Por isso, vamos incentivar nossas cadeias produtivas', afirma. A meta é manter o padrão econômico de Aratiba.
(Correio do Povo, 10/12/2006)
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