Cerca de mil argentinos protestam contra fábrica de celulose no Uruguai
2006-12-11
Mil moradores da cidade argentina de Gualeguaychú participaram no domingo (10) de uma mobilização "por terra e por água" contra a instalação de uma fábrica de celulose no Uruguai. Um grupo de manifestantes marchou em direção à ponte Geral San Martín, na fronteira com a localidade uruguaia Fray Bentos. Outros argentinos abordaram cerca de 15 embarcações, entre botes e lanchas, e se dirigiram em direção às imediações da fábrica de celulose que está sendo construída no Uruguai pela empresa finlandesa Botnia.
Com cartazes com a frase "Não à Botnia", as embarcações cruzaram o rio Uruguai, limite natural entre os dois países, que mantêm uma disputa pela instalação da fábrica, considerada de risco para o meio ambiente pela Argentina e apoiada pelo Uruguai.
O protesto aconteceu durante o bloqueio "por tempo indeterminado" que integrantes da Assembléia Ambiental de Gualeguaychú organizam desde 20 de novembro na passagem fronteiriça que liga a Argentina com Fray Bentos -- um dos três pontos que unem os dois países.
Os manifestantes também jogaram pequenos aviões de papel para "demonstrar qual é a força" dos moradores de Gualeguaychú, em uma resposta irônica à decisão do Uruguai de estabelecer uma custódia militar na fábrica de Botnia. Além da manifestação em Gualeguaychú, localizada na província de Entre Ríos, diferentes protestos aconteceram nas cidades de Colón e Concordia, que fazem ligação com as uruguaias Paysandu e Salto.
Está prevista para a próxima quinta-feira (14) um reunião entre o governador da província argentina de Entre Ríos, Jorge Busti, e o intendente de Fray Bentos, Omar Lafluf, com o propósito de "reiniciar o diálogo" entre os povos vizinhos. Em Fray Bentos, a empresa espanhola Ence tinha previsto construir outra fábrica de celulose, mas recentemente anunciou que pretende transferi-la para outra região do Uruguai.
(EFE, 11/12/2006)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u102700.shtml