O presidente mundial da DaimlerChrysler
diz que falta pouco para as fábricas
de carros do Ocidente conseguirem
enfrentar os asiáticos com sucesso
Veja – O trânsito nas maiores cidades do mundo caminha para o caos
irreversível. Produzir mais e mais carros não ajuda em nada a resolver o
problema, certo?
Zetsche – É preciso lembrar que um carro oferece ao indivíduo uma
série de benefícios, como liberdade, mobilidade, individualidade e a
chance de estar entre as suas próprias quatro paredes mesmo numa área
repleta de gente, como um engarrafamento. Você tem o seu pequeno
compartimento onde pode ouvir música, onde pode fazer o que quiser. Isso
é algo muito valorizado pela maioria. Nada menos do que 57 milhões de
pessoas por ano no mundo decidem investir uma quantia razoável para
comprar um novo carro. É claro que, somados aos 570 milhões já
existentes, os novos carros geram engarrafamentos crescentes, o que é um
problema. Continuará sendo um problema mesmo quando os carros tiverem
motores que não emitam gases danosos para o meio ambiente. Ou seja, não
há como negar que isso é um desafio, e desafios precisam ser
enfrentados.
Veja – A produção em massa de carros não poluentes é ainda uma
realidade muito distante?
Zetsche – Estamos reduzindo a emissão de gases ao mínimo.
Desenvolvemos uma nova tecnologia, chamada BlueTec, que reduz muito a
emissão de gases nos motores. Existem também os biocombustíveis, uma
coisa bem desenvolvida aqui no Brasil. Nós apoiamos essa solução
plenamente. A própria planta que serve de insumo ao combustível,
enquanto cresce, tanto absorve o gás carbônico quanto produz oxigênio.
Como é basicamente um círculo fechado, representa pouca ameaça ao meio
ambiente. O hidrogênio é outra fonte muito limpa. O problema é como
produzir hidrogênio sem poluir.
(Por Ronaldo França,
Veja, 13/12/2006)