Miséria, exclusão social e concentração de renda são os três temas que devem dominar as discussões do bloco América Latina e Caribe na reunião mundial sobre o desenvolvimento sustentável, que acontece em 2002, em Johannesburgo, na África do Sul. O objetivo do encontro é avaliar as mudanças ocorridas desde a Eco-92, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada há nove anos no Rio de Janeiro. A Agenda 21, um dos documentos produzidos na Eco-92, sugeria aos governos diretrizes para a promoção do desenvolvimento compatível com a preservação do ambiente. Hoje, no Rio, empresários participaram do 1º Fórum Internacional Rio+10, que termina amanhã. A idéia é fazer uma avaliação preliminar do que tem sido feito para implementar a Agenda 21. Apesar de o Fórum ter sido esvaziado pela ausência de autoridades do governo federal (nenhum ministro compareceu), uma das reivindicações apresentadas pelos empresários foi o maior engajamento dos governos na melhoria das condições legais e políticas para a implantação, pelas empresas, de medidas de desenvolvimento sustentável.O CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), que organizou o Fórum, vai encaminhar um documento aos ministros do Meio Ambiente da América Latina e Caribe, que semana que vem participarão de uma reunião preparatória, no Rio, para o encontro de Johannesburgo. Entre as principais recomendações do documento estão a maior transparência e previsibilidade do governo, a eliminação dos bolsões de miséria e da concentração de renda, além de práticas comerciais justas em um mercado livre sem barreiras. (Agência Folha)