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emissões de co2
2006-12-08
Conscientes das conseqüências irreversíveis das mudanças climáticas, alguns países começam agora uma corrida para ganhar a medalha de primeiro do mundo com emissões zero de dióxido de carbono (CO2), se é que isso será um dia possível. Os países escandinavos, como Noruega e Suécia, há tempos já se preocupam com o assunto, quem está entrando nesta briga com força total agora é o Reino Unido.

Nesta quinta-feira o ministro das finanças, Gordon Brown, disse que o país será o primeiro do mundo a cumprir a missão de tornar-se livre de emissões de CO2. A primeira tarefa será promover melhoras nas residências, hoje responsável por cerca de 30% das emissões totais do Reino Unido, lançando 41,7 milhões de toneladas de carbono na atmosfera todo ano.

Para isso, as novas casas deverão seguir normas de desenvolvimento e ganharão um financiamento valendo milhares de libras. Além disso, os ministros planejam diversas reformas para regularizar edifícios. Oficiais do Tesouro inglês estimam que a atmosfera estaria salva de cerca de oito milhões de toneladas de CO2 até 2050 se todas as novas casas fossem livres de emissões até 2016. No momento somente 200 casas no país são zero-carbono, como vêm sendo chamadas.

Realeza Verde
No mesmo dia, a família real mostrou mais uma vez seu entusiasmo pela causa. O príncipe Charles prometeu que irá reduzir os impactos ambientais da realeza mudando o estilo de vida e compromissos oficiais. O príncipe britânico trocará jatinhos particulares e helicópteros altamente poluentes por serviços normais de vôos e trem. Na próxima semana, ele participará da entrega de carros Jaguar movidos a biodiesel, enquanto que as residências reais como Highgrove na cidade de Gloucestershire irão mudar o sistema elétrico para uma tecnologia de energia limpa.

O movimento veio logo depois de Charles fazer um pedido a lideranças da área empresarial para publicarem os impactos ambientais de suas atividades. “Poucos empresários se perguntam quanto da nossa reserva natural ainda nos resta? Quantos kilômetros da calota polar nossos negócios ajudaram a derreter neste ano? Em quantos centímetros aumentamos os oceanos? Quantas espécies colocamos em risco? Quantas casas serão alagadas, quantas pessoas morrerão de sede ou fome por causa das nossas atividades? Estas não são perguntas fáceis, mas, por Deus, precisam ser feitas”, discursou.

A empresa alimentícia do príncipe, Duchy, começará a quantificar quanto de CO2 e outros gases do efeito estufa são emitidos no crescimento, processamento e distribuição de seus produtos. As mudanças com relação ao transporte real são parte de uma grande revisão da pegada do carbono associada com as três residências reais: Claren House em Londres, Highgrove e Bikhall no estado de Balmoral, assim como todas as atividades dos 126 funcionários. As medidas incluem uma revisão do uso da eletricidade, transporte e viagens dos funcionários. Os dados pesquisados serão revelados em junho, quando serão também estabelecidas metas anuais de redução de emissões de carbono.

Multas para quem polui
A questão está sendo levada tão a sério pelo governo, que nesta quinta-feira empresas britânicas foram, pela primeira vez, penalizadas por descumprirem o esquema europeu de controle de emissões de CO2. A Agência do Meio Ambiente multou quatro companhias em 750 mil libras (cerca de três milhões de reais) depois que as mesmas falharam em prestar contas quanto às emissões de gases do efeito estufa ao esquema de comércio de emissões da União Européia.

As multas foram aplicadas um dia depois de o governo expor seus planos de estender para cinco mil empresas o programa europeu. O esquema atual, iniciado em janeiro de 2005, impõe metas para as 535 companhias responsáveis pelos maiores índices de emissões de gases do efeito estufa no país.
(Por Paula Scheidt, CarbonoBrasil, 07/12/2006)
http://www.carbonobrasil.com/noticias.asp?iNoticia=16536&iTipo=5&idioma=1

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