Bagé tem mais de quatro mil hectares de florestas
2006-12-07
O florestamento está sendo uma nova alternativa de renda para a cidade.
Isso já é constatado em algumas zonas rurais, onde os produtores diversificaram e estão
otimistas com os resultados que deverão surtir nos próximos anos com o corte da madeira.
Dados levantados pela Emater Municipal de Bagé apontam que a cidade tem 4.332 hectares
de área florestal.
Segundo o engenheiro florestal da Emater municipal, Rodolfo César Forgiarini Perske, os
plantios comerciais de eucalipto ocupam atualmente uma área de 2.307 hectares em Bagé, o
que representa 0,56% da superfície do município. Ele observa que neste cálculo não estão
considerados os plantios de eucalipto antigos, realizados nas propriedades rurais com fins de abrigo dos animais, lenha e madeira para consumo das propriedades na forma de cercas, galpões, mangueiras. Hoje o município conta com 1.975 propriedades rurais distribuídas em uma área de 409.552 hectares. Da área plantada com eucalipto, mil hectares são em áreas próprias da Votorantim Celulose Papel (VCP), localizada no norte do município. O restante integra áreas de seis produtores rurais dentro do Programa Poupança Florestal. Destes, a Emater/Ascar-RS atua na assistência técnica de três produtores rurais que perfazem a área de 107 hectares onde a cultura agrícola usada em maior parte no consórcio com o eucalipto foi o milho. O engenheiro ressalta que existe uma expectativa de plantio de mais 886 hectares até o ano de 2007 em seis propriedades rurais.
Acácia-negra
Os plantios de acácia registram desde o ano de 2001, 2.025 hectares representando 0,5% da
área do município de Bagé. Esta área é dividida em seis propriedades rurais. Destaca-se
no plantio de acácia-negra em Bagé pelo pioneirismo o produtor José Érico Souto que possui
1.040 hectares de acácia-negra plantados na localidade de Joca Tavares. Os plantios foram
planejados adequadamente escalonados na proporção de 250 hectares/ano no período de 2001
a 2004. Da área total, 485 hectares apresentam dois anos de idade em três propriedades
rurais e outros 500 hectares foram plantados neste ano em duas propriedades.
Perske salienta que a maior parte dos plantios são realizados em parceria entre o
proprietário e o parceiro. O proprietário entra com a terra e o parceiro com o
investimento. Existem os investimentos consorciados com outras culturas, como é o caso do
plantio de melancia, abóbora e mandioca no primeiro ano, entre as mudas de acácia-negra.
Essa integração, segundo o profissional, é para cobrir os custos de implantação florestal
que trará retorno em sete anos de implantação, quando acontece o corte. A partir do
segundo ano ocorre a introdução de animais na área para pastejo, sendo a lotação dividida
metade para o parceiro e metade ao produtor.
No corte da acácia, a receita obtida com a casca e com a madeira de segunda é usada para
cobrir os custos da colheita florestal. A madeira branca ou de primeira é dividida na
proporção de 30% ao proprietário e 70% ao parceiro. O engenheiro florestal salienta que
um mato de acácia bem conduzido produz aos sete anos 200 metros de madeira ao valor atual
de R$54 o metro posto em Rio Grande. Alguns produtores optaram pelo financiamento rural
para a implantação da acácia.
Segundo os investidores as principais dificuldades são a falta de mão-de-obra qualificada
para o plantio, tratos culturais, implementos adequados as atividades florestais e
colheita. Conforme relataram investidores e empresas florestais estão optando investirem
em municípios vizinhos devido a resistência no município a silvicultura.
A expectativa de plantio até o final de 2006 é de 350 hectares e 536 hectares é a previsão
de plantio no primeiro semestre de 2007 com eucalipto. Até o primeiro semestre de 2007,
expectativa de 0,80 % da área do município plantada com eucalipto. Somando-se acácia- negra
e eucalipto a expectativa é de 1,3 % da área do município plantada com essências
florestais.
(Jornal Minuano, 06/12/2006)
http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=11377