Emissão de gases com uso de carvão mineral precisa ser evitada
2006-12-06
A disposição do governo de reativar o setor de carvão mineral, aumentando sua participação na matriz energética de 2% para 5%, foi recebida com ressalvas pelo ambientalista Peter May, especialista em desenvolvimento sustentável da UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
May alertou que a utilização do carvão mineral "vai provocar uma ampliação no perfil brasileiro de emissão de gases do efeito estufa". Ele comentou que em vez de o governo investir recursos na retomada de pesquisas em carvão mineral para geração de energia, ele deveria canalizar esse esforço para a pesquisa em energia renovável.
Segundo o ambientalista, a tentativa brasileira de imprimir sua identidade como um dos países que têm maior matriz energética de base renovável poderá ser afetada negativamente com a incorporação de fontes fósseis. O ambientalista defendeu que o Brasil deve evitar queimar qualquer combustível fóssil e focar sua atenção em todas as alternativas que tenham a ver com a utilização de energia renovável.
Sugeriu que, para a área siderúrgica, o país deveria estimular o plantio de carvão vegetal ou de eucalipto para fins energéticos, certificado por organismos de desenvolvimento sustentável. Segundo May, isso elimina boa parte do problema da poluição do ferro gusa e de emissões associados com o carvão mineral.
(O Radical, 05/12/2006)
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