A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, está no epicentro de mais uma crise de ministros do governo Lula, desta vez com envolvimento do próprio presidente, que, em jantar com empresários na semana passada, disse que um dos "gargalos" do crescimento do País era exatamente a área ambiental.

Marina não gostou das afirmações e rebateu-as. Dizem que Lula ficou irritado e que isso pode, inclusive, levá-lo a tirar a ministra acreana do Ministério do Meio Ambiente.

Setores da imprensa que defendem o grande empresariado brasileiro e, conseqüentemente, são críticos ferozes à gestão de Marina Silva no Meio Ambiente aproveitaram para fazer duras críticas às suas afirmações.

Em editorial na edição de ontem, o jornal O Estado de São Paulo, por exemplo, afirma que e tensão entre desenvolvimento econômico e defesa do ambiente é um dado da realidade mundial dos dias atuais e, ao se referir ao tensionamento causado no embate entre Marina, Dilma Roussef, da Casa Civil, e o próprio presidente Lula sobre as causas dos entraves ao desenvolvimento do País, o Estadão afirma que "é fator decisivo do entrave ao progresso a ação de sua ministra (de Lula) do Meio Ambiente, Marina Silva".

Em entrevista a vários jornais do País, ontem, Marina Silva reafirmou suas posições, defendeu a defesa do meio ambiente como prioridade para o crescimento sustentável do País e disse que se a opção de Lula for a de ceder às pressões do empresariado, que não tem compromisso com o meio ambiente e com o futuro do País, deixará o governo no final do mês.
(A Tribuna – AC, 05/12/2006)
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