Especialistas calculam que Ártico ficará sem gelo no verão de 2080
2006-12-06
O processo de degelo do Pólo Norte se acelerará drasticamente nos próximos anos, de modo que no verão de 2080 não haverá gelo na região e o Oceano Ártico poderá ser atravessado de navio.
É o que prevêem especialistas reunidos na Conferência Internacional sobre a Mudança Climática em Bremen (norte da Alemanha), que se baseiam em medições realizadas por computador e por bóias distribuídas pelo círculo polar.
Esse processo terá conseqüências para além da região ártica, advertiu o oceanógrafo Eberhard Fahrbach, do Instituto Alfred Wegner para Pesquisas Polares e Marítimas, na apresentação do projeto "Damocles". Participam do projeto especialistas de 45 institutos de pesquisa, procedentes de 12 países europeus, em cooperação com Estados Unidos, Canadá e Japão.
Os pesquisadores lembraram o papel que os dois círculos polares desempenham no clima do resto do mundo, assim como o fato de que as mudanças se evidenciam nos dois extremos muito mais depressa do que no resto do planeta.
Não se trata só de medir as conseqüências que o degelo terá para os ursos polares e seu habitat, mas para toda a cadeia alimentar: "Tudo isto tem conseqüências para o peixe que chega a nossa mesa", disse Fahrbach. Em setembro, cientistas americanos advertiram que as geleiras do Pólo Norte haviam diminuído 14% em 2004 e 2005.
No total, desapareceu uma superfície de gelo permanente de 730.000 quilômetros quadrados, mais do que o dobro do território da Alemanha. O projeto "Damocles" faz suas medições com numerosos instrumentos, entre eles bóias, que registram os movimentos das correntes marinhas e as oscilações das camadas de gelo, assim como sua espessura.
(EFE, 05/12/2006)
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