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política energética da china fontes alternativas hidrocarbonetos
2006-12-06

Os gigantes do setor petrolífero chinês querem ampliar investimentos em energias renováveis e biocombustíveis, devido aos altos preços do petróleo e à grande dependência de combustíveis fósseis, afirma nesta terça-feira o jornal econômico oficial chinês Economic Observer.

No início de novembro, segundo o jornal, a Companhia Nacional de Petróleo da China (CNPC), o maior produtor de petróleo do país, assinou um acordo de desenvolvimento no setor de biocombustíveis com o governo da província de Sichuan, no sudoeste do país. O acordo prevê a produção anual de 600 mil toneladas de etanol para combustível automobilístico, extraídas de batata doce, e de outras 100 mil toneladas a partir de sementes de pinhão.

Brasil
O Brasil já expressou vontade de aumentar a exportação de etanol para a China para manter a vantagem que possui nas trocas comerciais com o gigante asiático e que se apóia até agora nas exportações de soja e de minério de ferro.

A China é atualmente é a terceira maior produtora de etanol combustível do mundo, depois de Brasil e Estados Unidos, com 10,2 milhões de toneladas por ano, um volume que deverá aumentar com a ajuda de subsídios governamentais à produção.

Os altos preços do petróleo têm incentivado as maiores empresas mundiais de produção energética, incluindo a britânica BP, a ExxonMobil, dos Estados Unidos, e a anglo-holandesa Shell, a dar mais atenção ao desenvolvimento de energias alternativas. Esse movimento é refletido também na indústria petrolífera chinesa, altamente controlada e com barreiras à participação de empresas estrangeiras no mercado interno.

Carvão
A Companhia Nacional Petroquímica da China (Sinopec), a maior petrolífera asiática em capacidade de refino, iniciou também seus trabalhos de tratamento químico de carvão em Erdos, na Região Autônoma chinesa da Mongólia Interior, por meio de uma subsidiária, a Companhia de Petróleo e Química da China (CPQC).

O projeto, com investimento de US$ 2,66 bilhões (R$ 5,75 bilhões), vai produzir 4,2 milhões de toneladas de metanol (álcool metílico) e três milhões de toneladas de Dimetil Éter (DME) por ano, assim que começar a produzir.

Energia eólica
Por outro lado, a Companhia Nacional de Petróleo Marítimo da China (CNOOC), a maior companhia de petróleo off-shore do país, quer entrar no ramo da produção de energia eólica, segundo o jornal econômico oficial Shanghai Securities News.

O jornal informa que a CNOOC quer comprar um campo de produção de energia eólica no Mar do Leste da China, perto de Xangai, a capital econômica e financeira do país, em um investimento de US$ 275 milhões (R$ 594 milhões) para uma capacidade projetada de 100 mil quilowatts.

Existem na China 62 trabalhos de exploração de energia eólica, com capacidade total de 1.266 megawatts, segundo dados relativos ao final de 2005, sendo que, de acordo com estimativas da indústria, a capacidade poderá ser de dois mil megawatts até o final de 2006. O governo chinês definiu como metas políticas a geração de cinco mil megawatts até 2010.

O país asiático se comprometeu a elevar a proporção de energias alternativas no consumo total de energia, incentivando projetos de carvão líquido, biodiesel, gás metano, energia solar e eólica e energia hidrelétrica, que Pequim considera, apesar das críticas dos ambientalistas, como renovável.

Benefícios fiscais
Os apoios governamentais às energias renováveis serão distribuídos através de benefícios fiscais e subsídios, uma vez que Pequim definiu como objetivo para os próximos cinco anos a redução em 20% do consumo energético interno e em 10% as emissões de gases de efeito estufa, que causam o aquecimento global.

Depois dos Estados Unidos, a China é atualmente o maior emissor mundial de gases de efeito estufa, causados em sua maioria pela produção energética. No entanto, as previsões apontam para um crescimento das emissões chinesas na ordem de 17,8% até 2025, devido em grande parte ao ritmo de entrada em funcionamento de novas centrais energéticas com base em carvão, cerca de uma por semana.

O país tem também 16 das 20 cidades mais poluídas no mundo e os níveis de poluição atmosférica excedem os limites estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 70% das cidades chinesas. O carvão e o petróleo asseguram cerca de 90% das necessidades energéticas chinesas.

(Lusa, 05/12/2006)


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