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2006-12-06
Os pingüins nunca foram tão populares quanto agora. Mas, pouca gente sabe que eles estão em risco de extinção por causa da mudança climática e à insaciável indústria pesqueira. As adoráveis estrelas do filme de Hollywood “Happy Feet” e as valentes e estóicas criaturas mostradas no documentário francês “A marcha dos Pingüins” enfrentam problemas. Das 19 espécies existentes, 12 necessitam de proteção especial, segundo o Centro para a Diversidade Biológica, uma organização com sede na Califórnia dedicada a espécies em risco de extinção.

Sua popularidade não é garantia de sobrevivência, mas pode ajudar a melhorar sua proteção e promover ações para atenuar os efeitos da mudança climática, afirma Brendan Cummings, diretor do Programa de Oceanos desse centro. Está organização apresentou uma petição formal no final de novembro para que essas 12 espécies, incluindo o pingüim imperador, sejam acrescentadas à listas das que estão em perigo, segundo a lei de espécies em vias de extinção dos Estados Unidos. Há mais de dois milhões de casais de pingüins de penacho alaranjado, mas, constam dessa solicitação porque nos últimos 15 anos sua população diminuiu 50%.

Além disso, há entre 150 mil e 175 mil exemplares de pingüins imperador, o maior do mundo, mas esse número está muito abaixo dos registrados em décadas passadas. A colônia dessa espécie em Point Geologie – Terra Adélia, uma faixa de terra na Antártica oriental – que se vê em “A marcha dos pingüins”, diminuiu 70%, disse Cummings à IPS. Segundo este especialista, a redução de população se deve ao desaparecimento do krill, um tipo de crustáceo antártico que é sua principal fonte de alimento; ao precoce desmoronamento das calotas polares, onde nascem os filhotes, e às mudanças gerais de seu gelado habitat oceânico devido ao aquecimento da Antártica. Os pingüins são encontrados somente no hemisfério Sul.

A lei de espécies em via de extinção dos Estados Unidos poderia proibir navios de bandeira norte-americana pescar krill e obrigar o governo federal a tomar medidas mais duras em relação às suas emissões de gases que causam o efeito estufa, disse Cummings. O diminuto krill é a pedra fundamental do ecossistema marinho antártico, por ser alimento essencial de pingüins, baleias e focas. Mas, desde a década de 70 diminuiu em 80% em algumas partes do oceano, disse o especialista. Os barcos de pesca industrial há pouco voltaram seus olhos para o oceano Austral para capturar essa espécie cujo comércio cresceu devido ao seu uso como alimento para salmão em criadouro, disse Clif Curtis, diretor do Projeto de Conservação do Krill Antártico do Pew Charitable Truswt (Fundo de Caridade Pew).

“Neste momento não há excesso de pesca, mas existe uma preocupante tendência”, disse Curtis à IPS. Está sendo desenvolvida uma tecnologia de pesca que permite, literalmente, aspirar o krill mesmo em águas profundas. Um dos barcos capazes de fazer isso, de bandeira norueguesa, poderia capturar 120 mil toneladas em uma temperada, ressaltou. Esse tipo de barco provavelmente abastecerá os mercados farmacêuticos e de alimentos sãos. O krill é rico em omega-3, um combinado de três ácidos graxos que previne doenças cardíacas e inflamatórias, como a artrite.

Além disso, a mudança climática reduz a camada de gelo marítimo que abriga o fitoplâncton, alimento do pequeno crustáceo, disse Curtis. A pesca de krill tem uma “regulamentação frouxa”, acrescentou. Sua organização exortou a Comissão para a Conservação dos Recursos Marinhos vivos Antárticos, formada por 24 nações, a adotar medidas de controle e vigilância já usadas por outros ramos da indústria pesqueira no oceano Austral. O governo do presidente George W. Bush finalizou no mês passado uma proposta que permite à frota dos Estados Unidos aumentar a pesca de krill em águas antárticas protegidas.

“É ridículo e ilegal que o governo autorize a captura de krill na Antártica sem nem mesmo considerar os impactos, bem documentados, do aquecimento global sobre as reservas de krill e pingüins”, afirmou Cummings. “Primeiro, pescamos baleias, depois, o bacalhau de profundidade (merluza negra) e, agora, nos dirigimos à base da cadeia alimentar ao irmos atrás do krill”, disse o especialista. John Collee, um dos roteiristas do filme “Happu feet”, disse que “temos este estranho delírio de que podemos destruir completamente nossos ecossistemas marinhos e de alguma forma sairmos ilesos”. Os Estados Unidos, com 4% da população mundial, produz quase um quarto dos gases causadores do efeito estufa emitidos em todo o mundo, causadores do aquecimento global da atmosfera.

As projeções da Controladoria Geral dos Estados Unidos, que trabalha de maneira independente na órbita do Congresso, indicam que as emissões desses gases aumentarão 3,5% até 2025. Doze Estados norte-americanos, com apoio de organizações ambientalistas, apresentaram no final de novembro uma demanda histórica junto à Suprema Corte de Justiça contra a negativa da Agência para a Proteção Ambiental em regulamentar as emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa emitidos pelos automóveis, como contaminantes compreendidos na Lei de Ar Limpo. “Estamos negando” os tremendos impactos que o ser humano causa no meio ambiente, disse Collee. Essa realidade é “tão obscura que a maioria das pessoas não quer vê-la”, acrescentou.
(Por Stephen Leahy, IPS, 05/12/2006)
http://www.envolverde.com.br/materia.php?cod=25480&edt=1

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