O Brasil deve dobrar a área plantada de cana dos atuais 3 milhões de hectares para 6 milhões em 2010. Além disso, o País tem conseguido progressos importantes, como o trabalho do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), com sede em Piracicaba (SP). Apesar desses números positivos, o Brasil se ressente da falta de uma estratégia para obter recursos que financiem a pesquisa no setor, principalmente em relação ao etanol, para fazer frente à concorrência crescente de outros países.
Para contornar esse problema, o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues propõe a criação de Sociedades de Propósito Específico, formadas com recursos do governo e da iniciativa privada, para financiar as pesquisas que levem ao aprimoramento tecnológico constante do setor.
“O Brasil tem a melhor tecnologia do planeta para produção de etanol. Mas os concorrentes, como os Estados Unidos, investem pesadamente em pesquisa para ter aperfeiçoamento tecnológico e não podemos ficar para trás nessa competição”, afirma Rodrigues.
Na avaliação dele, é preciso evoluir para não perder o posto de liderança na tecnologia para obtenção de etanol e para isso é necessário ter recursos, que podem ser obtidos, entre outras alternativas, pelas Sociedades de Propósito Específico (que funcionam como uma empresa mas têm um tempo definido para encerrar suas atividades). As empresas privadas que investirem nessas sociedades podem ter direito a royalties resultantes das tecnologias implementadas.
Novas variedades de cana
O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) anunciou que pode lançar até cinco variedades do produto no primeiro semestre de 2007, todas voltadas ao cultivo na Região Centro-Oeste. O objetivo é atender demanda do mercado sucroalcooleiro e, desta forma, abrir fronteiras para além da tradicional região de plantio localizada no Estado de São Paulo e na Região Nordeste.
A informação sobre o atual programa de melhoramento da cana, que pode chegar a custar R$ 12 milhões, vem no mesmo momento em que cinco usinas da região anunciam sua associação ao CTC.
De acordo com o diretor de mercado e oportunidades do centro, Osmar Figueiredo Filho, as novas variedades de cana devem superar o nível de produtividade das mudas colocadas no mercado pelo CTC em 2004 e 2005.
“Normalmente, o lançamento apresenta características melhores do que as que já estão sendo usadas, proporcionado maior produtividade e resistência às pragas, por exemplo”, afirma.
(Por Theo Carnier,
DCI - Diário Comércio e Indústria, 05/12/2006)