Conama autoriza guarda provisória de animais silvestres
2006-12-05
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) aprovou na semana passada resolução que autoriza a guarda provisória de animais silvestres por voluntários. A medida atende a criadores que não encontram vaga ou abrigo adequado no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A resolução, no entanto, não regulariza a situação de pessoas que criam animais silvestres em cativeiro, alertou ontem (4/12) o veterinário do Cetas no Amazonas Diogo César Faria. “O termo de guarda voluntária estabelecido pela resolução é provisório e se aplica apenas a casos particulares. A situação ideal é que o Ibama tenha condições de receber os animais, fazer uma triagem e destinar da melhor forma possível, preferencialmente devolvendo à natureza”, defendeu.
A nova resolução do Conama determina a criação de um cadastro de depositários voluntários - pessoas que queiram cuidar provisoriamente desses animais silvestres. Para fazer parte da lista, elas não podem ter cometido qualquer infração administrativa de natureza ambiental nos últimos cinco anos nem estar respondendo a processos por crimes ambientais relativos à fauna.
Farias informou que o Cetas no Amazonas recebe em média mil animais por ano, principalmente quelônios (tartarugas), primatas (macacos) e pássaros, tanto de apreensão quanto da entrega voluntária. Neste ano o número de animais recolhidos já chega ao 1.200. “O zoológico do Tropical (um hotel), o Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e a Ufam (Universidade Federal do Amazonas) são nossos parceiros, acolhendo parte desses animais”, informou o veterinário.
Segundo dados do Ibama, 96% dos animais apreendidos pelo órgão são reintroduzidos no habitat natural. “É fácil você reintroduzir uma tartaruga porque ela não passa por um período de aprendizagem com os pais. Já um macaco filhote vive meses apreendendo onde buscar abrigo, alimento. Se ele for criado desde novo em cativeiro, as chances de soltá-lo na natureza são quase nulas”, explicou Faria.
O veterinário esclareceu que mesmo quando a reintrodução do animal não é indicada, o Cetas permanece com ele apenas por um período até que esteja com a saúde boa para ser enviado a zoológicos ou criadouros legalizados.
(Por Thais Brianezi , Agência Brasil, 04/12/2006)
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