A Secretaria do Meio Ambiente e o Comdema (Conselho Municipal do Meio Ambiente) alertam a população sobre a captura e o comércio ilegal de animais silvestres que vêm ocorrendo no município. Com a chegada da primavera, época de reprodução de diversas espécies da fauna nativa, tem-se observado e a população tem relatado, a destruição de ninhos para captura de filhotes de papagaio-charão (Amazona petrei) e do papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea) ambas espécies ameaçadas de extinção.

As aves vivem associadas às matas de pinhais bem preservadas, desempenhando um papel importante na manutenção da floresta pela dispersão de sementes de árvores das quais se alimentam, como pinho-bravo, guabiroba, camboatá, murta, guabiju e outras espécies nativas.

“A maior parte das pessoas que possuem animais silvestres em casa acreditam estar protegendo os animais, sem levar em consideração todo o sofrimento e estresse pelo qual ele passa. Em cativeiro, dificilmente recebem a alimentação adequada e espaço suficiente para manutenção de seu território” disse o biólogo da Secretaria do Meio Ambiente, Erivelton Gonçalves.

O biólogo salienta, ainda, que “o animal vai perdendo a capacidade de caçar seu alimento, de se defender dos predadores ou de se proteger de situações adversas. Se forem libertados, mesmo que em locais propícios, na maioria das vezes têm sua sobrevivência comprometida”.

A Lei de Crimes Ambientais, criada em fevereiro de 1998, considera os animais, seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, propriedade do Estado, considerando que a compra, a venda, a criação ou qualquer outro negócio envolvendo animais silvestres é crime inafiançável.

A Secretaria do Meio Ambiente e o Comdema pedem a colaboração da comunidade para que ajudem a preservar estas espécies que encontram na região os últimos refúgios de alimentação e de reprodução.

Qualquer informação e denúncias podem ser feitas à Patram, através do telefone (54) 3282-8547 e (54) 9951-0679 (fora do horário comercial) e ao IBAMA, pelo fone 3282-1826 e na Secretaria Municipal de Meio Ambiente, pelo fone 3286-0215.
(Jornal de Gramado, 01/12/2006)
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