O vereador José Luiz saraiva (PTB) está solicitando ao secretário de Energia, Minas e Comunicações, Carlos Elmer Brack, para que aquela secretaria realize estudos técnicos visando à implantação de um parque eólico no município de São José do Norte. Esse pedido foi aprovado pela Câmara Municipal durante a sessão da última segunda-feira (27/11).

Saraiva entende que o Município apresenta as condições ideais para a geração de energia eólica, considerando os ventos reinantes de norte a sul, com intensidades elevadas, assim como o Município que se encontra na orla marítima, entre Osório e Santa Vitória do Palmar, cidades com estudos já definidos para implantação de projetos dessa natureza.

Em sua justificativa, o vereador trabalhista salienta que o parque eólico de Osório bateu recorde na produção de energia limpa, chegando a gerar 112,3 megawatts (MW), complexo esse constituído por três parques (Osório, Sangradouro e Índios), que já estão em fase de expansão.

Saraiva lembra que haverá investimento de 90 milhões de dólares em mais três parques para instalação nos municípios de Xangri-lá, Imbé e Santa Vitória do Palmar, conforme anúncio feito pela imprensa metropolitana e divulgado pela Secretaria do Estado da Energia, Minas e Comunicação.

Segundo manifestação do próprio secretário Elmer Brack, um grupo alemão, composto pelas empresas Natural Energy Corporation e Sowitec Porjekt, pretende implantar os parques de forma independente, com capital próprio e sem garantia de venda de energia. “O desenvolvimento do projeto ficará a cargo da Prowind, e a comercialização da energia será realizada por meio dos leilões de energia alternativa da Aneel”.

O vereador frisa que deverão ser gerados mais de dois mil empregos diretos durante a construção do complexo, e cerca de 300, para a operação dos parques. “Além de gerar energia limpa, os parques também servirão como pontos de atração turística, pois está sendo estudado possibilidade de instalação de mirantes em cada uma das torres. A implantação desses parques é importante para o Rio Grande do Sul, porque se trata da geração de energia limpa, sem emissões de dióxido de carbono (CO2), um dos grandes formadores do efeito estufa e grande responsável pelo aquecimento global do planeta”, concluiu o vereador.

Os projetos em estudos
Localidade: Xangri-lá
Projeto Fazenda Eólica Xangri-lá
Potência instalada: 27 MW
Investimento: US$ 30 milhões

Localidade: Imbé
Fazenda Eólica de Imbé
Potência instalada: 27 MW
Investimento: US$ 40 milhões

Localidade: Santa Vitória
Projeto Fazenda Eólica de Pastoreio
Potência Instalada: 15 MW
Investimento: US$ 20 milhões

Financiamento pelo BNDES
Sobre financiamentos para o setor de captação de energia eólica, o vereador discorreu sobre o BNDES, mostrando que a diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social aprovou financiamento de R$ 136 milhões à Enerbrasil, Energias Renováveis, subsidiária da empresa espanhola Iberenova, braço do grupo Iberdrola no segmento de frontes renováveis. A operação de crédito corresponde a 65% do investimento total do projeto, que será de R$ 209 milhões, com a Enerbrasil aplicando R$ 73 milhões com recursos próprios.

O projeto financiado pelo BNDES destina-se à implantação de um parque gerador de energia eólica no município de Rio do Fogo, no Rio Grande do Norte, com capacidade instalada para produzir 49,3 MW, a configuração técnica do projeto prevê a utilização de 62 turbinas aerogeradoras de 800 KW de potência unitária.

Pela apresentação de Saraiva, São José do Norte pode oferecer excelente aproveitamento pela vasta e ventosa costa marítima e lembra que atualmente existem no Brasil apenas 28,6 MW instalados de energia eólica, e 11 empreendimentos, além de turbinas de pequeno porte, que funcionam em áreas isoladas, sem acesso ao sistema interligado nacional. Com o “Proinfa” - órgão criado pelo Governo Federal com o objetivo de estimular investimentos em geração de energia elétrica - haverá um salto significativo na capacidade instalada de energia eólica, pois a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já outorgou licença para instalação de 145 empreendimentos, totalizando 6.646 MW de potência, e já foram contratados 1.400 MW para entrada em operação até dezembro de 2007.
(Jornal Agora, 01/12/2006)
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