Florestamento é tema de debate durante evento acadêmico em Bagé
2006-12-04
O último dia de palestras da Semana Acadêmica promovida pelo Diretório Acadêmico da
Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) teve como pauta principal o
florestamento.
O evento foi realizado no auditório da Unimed. Sábado (04/12), as atividades terminaram com uma
manhã de campo na propriedade da Taipa, de José Érico Souto, localizada no distrito de
Joca Tavares.
Sexta-feira, os temas abordados foram práticas da silvicultura. Representantes da Votorantim
Celulose Papel, Mauro Rodospiel e Rogério Przybyszewki abordaram sobre silvicultura na VCP
Unidade Extremo Sul, enfocando questões ambientais, investimentos na região e o
desenvolvimento da cultura.
Acacicultura: cultivo e mercado também foi tema abordado pelo engenheiro agrônomo Lourival
Tonietto, da Tanac. Ele ressaltou que a cultura da acácia foi introduzida no Estado em
1928 e envolve mais de 40 mil famílias, representando cerca de 130 mil hectares de
floresta. Desse total, 60% estão distribuídas em área com menos de 10 hectares.
Tonietto conta que a acácia apresenta algumas vantagens como por exemplo, é leguminosa,
fixa o nitrogênio do ar no solo e é caracterizada como uma cultura recuperadora do solo e
permite a integração agrosilvipastoril. Em questões de mercado ele aponta que pode ser
aproveitada a madeira para a elaboração de cavaco e a casaca para tanino. O preço praticado
da madeira é R$ 54 o metro, já posto em Rio Grande. E a casca verde posta em Montenegro é
R$ 140 a R$ 145/tonelada.
Em investimentos
Durante a estada em Bagé, Tonietto comentou que a empresa tem um investimento na região em
140 hectares, em uma área na região de São Domingos, com plantio de acácia negra, há dois
anos. Em 2111, com esse plantio, a empresa pretende colher de 200 a 220 metros cúbicos
empilhados de madeira por hectare. Mesmo com toda essa potencialidade, Tonietto desabafa
comentando que a empresa, que tinha intenção de investir em mais áreas em Bagé não
concretizou tal pensamento porque, segundo ele, existem diversos impedimentos na cidade
para o desenvolvimento desse setor, de acordo com legislação municipal. “A legislação
local inibe que mais empresas desse ramo sigam investindo aqui”, lamenta.
As perspectivas do uso da madeira foi outro dos temas em pauta, explanado pelo engenheiro
florestal Leonardo Oliveira, da unidade de São Borja da Uergs. Ele comenta que no Brasil
já está ocorrendo a falta do produto, sendo que essa é uma demanda mundial. “O país é
repleto de potencialidade para esse setor e por isso tem que aproveitar essa falta já
ressaltada no mercado”, assinala.
A integração pecuária e os sistemas silvipastoris foram temas tratados pelo palestrante
Janir Luiz Silva da Silva, da Uergs.
(Jornal Minuano, 02/12/2006)
http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=11270