Arranha-céus diminuíram o fluxo do vento em Hong Kong elevando a poluição
2006-12-04
A velocidade do vento em Hong Kong se reduziu à metade nos últimos 40 anos devido à altura cada vez maior dos arranha-céus construídos na metrópole, segundo um estudo governamental publicado no ontem pelo jornal "South China Morning Post". A pior ventilação da cidade elevou a poluição, agravada pela acumulação de partículas no ar, e aumentou as temperaturas na antiga colônia, de clima subtropical.
As autoridades mediram a força do vento durante os últimos 40 anos em King´s Park, um parque central da metrópole, onde registraram que entre 1968 e 1995 a velocidade do vento caiu em 0,6 metro por segundo a cada década. Apesar de levar a estação meteorológica a outra parte do parque, menos resguardada em 1996, os cientistas registraram que o vento também perdeu força à razão de 0,57 metros por segundo nos últimos dez anos.
Lam Chiu-ying, diretor do Observatório de Hong Kong, assinalou que a velocidade do vento na ilha de Waglan, ao sul da ex-colônia, não tinha mostrado nenhuma mudança significativa, o que apontou que a altura dos edifícios está intimamente ligada à perda do vento. Além disso, as temperaturas nas zonas centrais da metrópole aumentaram, desde 1989, 0,37 graus por década, enquanto nos arredores da cidade isso ocorreu em um ritmo entre 0,08 e 0,25 graus.
A altura dos arranha-céus na ex-colônia, que alguns chama de a cidade vertical, subiu de uma média de 30 andares, nas construções dos anos 80, a 50 atualmente, segundo o Instituto de Arquitetos de Hong Kong.
(Estadão, 03/12/2006)
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