Dejetos em vias públicas de Bagé causam desconforto
2006-12-01
Um ditado popular inglês diz que: “Sem pasto não há animais, sem animais não há
esterco e sem esterco não há desenvolvimento”.
Longe de ser algo jocoso e pejorativo, a máxima popular revela o grau de
importância que os britânicos conferem aos dejetos animais e todo o seu potencial
como adubo. As coisas por aqui tomam outros rumos. Na rua 60 do bairro Dolores
existem algumas cocheiras destinadas à estabulação de cavalos de corrida que
eventualmente participam de carreiras em Bagé e em outros municípios.
Como é natural, existe a produção de uma expressiva quantidade de resíduos. Cama
das estrebarias, constituída por casca de arroz misturada ao esterco e urina dos
cavalos.
Por vários anos esse material foi recolhido (dali e de outros locais) pelos
horticultores japoneses para ser utilizado como adubo - prática mantida por mais
de 30 anos. Para os vizinhos a situação realmente é incômoda, uma montanha desse
material, do tamanho de uma casa, tem lá o seu cheiro desagradável.
Um proprietário de cavalos, ex-presidente do Jockey Club, Flávio Borba, apela às
autoridades. “O Jockey Club tem uma arrecadação miserável, não tem condições de
transportar esse volume para um local adequado. Sabemos que é irregular, já fomos
notificados pela Vigilância Sanitária do Município e o prazo ainda está correndo”,
desabafa Borba ao lembrar que as cocheiras são o ganha-pão de mais de 50
trabalhadores. “Na terra dos maiores haras do Brasil a gente passa por estas
situações”, lamenta.
Ciente de que os vários proprietários de cavalos poderão sofrer uma multa superior
a R$400, Borba analisa a situação e pondera: “Talvez a prefeitura, através da
Smau, ou o Horto Municipal pudessem nos ajudar. Acabaria o problema e resultaria
em alguma coisa útil para a comunidade”.
(Jornal Minuano, 01/12/2006)
http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=11239