Para o Ministério do Meio Ambiente, Brasil aproveita mal o ecoturismo
2006-12-01
Falta de informações, dificuldade de acesso, infra-estrutura deficitária e preços altos são alguns dos obstáculos para o desenvolvimento sustentável do ecoturismo no país. O diagnóstico consta de estudo apresentado ontem (31/11) pelo Ministério do Meio Ambiente, durante o seminário Aliança Natural para o Turismo Consciente, no 3º Encontro Anual do Fórum Mundial de Turismo para a Paz e o Desenvolvimento Sustentável (Destinations2006), na PUCRS, em Porto Alegre.
Conforme o secretário nacional de Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Gilney Viana, diferentes regiões do país têm atrativos aos turistas, porém, há escassas estratégias para atender à demanda. 'O turista estrangeiro desconfia do atendimento de saúde oferecido, das condições de transporte e hospedagem, entre outros aspectos. Precisamos investir na modificação dessa imagem', afirmou o secretário.
Viana enfatizou que o ministério traça plano com a Pasta do Turismo visando elaborar estratégias nacionais para que as cadeias turísticas revisem os seus métodos, levando em consideração a proteção ambiental. 'Se não nos adequarmos ao ecossistema e à biodiversidade, a natureza será depredada e também perderemos grande fonte de emprego e renda.'
O relatório apresentado pelo ministério, produzido pela consultoria IPK Internacional, destaca a potencialidade competitiva da Amazônia no mercado nacional e internacional. O Brasil, conforme o estudo, possui recursos naturais, condições de construir boa infra-estrutura, poder econômico e tecnológico para transformar a região no ecodestino mais sofisticado do mundo.
Os dados demonstram que a participação da Amazônia no turismo internacional não é significativa. De acordo com o relatório, representa apenas 0,05% das 800 milhões de chegadas internacionais que ocorrem no mundo, por ano. O Brasil totaliza 0,7%. Para o mercado internacional, ressalta o estudo, a imagem da Amazônia é de região em que há processo de desmatamento intenso e perigo para o bem-estar físico.
(Por Gilney Viana, Correio do Povo, 01/12/2006)
http://www.correiodopovo.com.br/edicaododia.asp