(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2006-12-01
A intensificação dos plantios de eucalipto na região serrana do Espírito Santo vai comprometer o abastecimento de água dos moradores da Grande Vitória. Já existem relatos de que nascentes e córregos que abasteciam as bacias dos rios Jucu e Santa Maria da Vitória, que nunca secavam, depois dos plantios de eucalipto no seu entorno agora ficam sem água no período seco.

O alerta é de Leomar Honorato, um dos coordenadores do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) na região serrana capixaba. Ele afirmou que na região mais elevada de Domingos Martins "nascentes e córregos estão secos". Não secavam quando estavam protegidas da vegetação nativa, diz o agricultor.

Ele denuncia a intensificação dos plantios de eucalipto na região como um trabalho articulado da Aracruz Celulose, Incaper, Idaf e de prefeituras. Há, ainda, a parceria do Banco do Brasil, que financia os plantios. A região serrana é a bola da vez nos plantios de eucalipto, pois no norte e noroeste há forte pressão das comunidades sobre os plantios de eucalipto.

Além do impacto sobre a água que abastece as bacias dos rios Jucu e Santa Maria da Vitória, os eucaliptais estão também empobrecendo os agricultores familiares. Muitos, que sobreviviam em boas condições quando praticavam a cultura de várias espécies, como legumes, frutas e verduras. Quando passaram a plantar eucalipto, empobreceram. E já chegam a vender suas terras.

O plantio de eucalipto na região serrana começou há cerca de 20 anos. Mas o incentivo do governo do Estado, através dos órgãos da Secretaria de Estado da Agricultura (Seag), foi intensificado no atual governo.

O plantio desmesurado de eucalipto na região serrana terá influência no volume de água dos rios Jucu e Santa Maria da Vitória no prazo de cinco anos, aproximadamente, como aponta Leomar Honorato. Os efeitos então poderão ser sentidos pelos moradores da Grande Vitória. O eucalipto tem um ciclo de vida curto, de sete anos, e é voraz consumidor de água neste período.

A quantidade de água nas bacias que abastecem a Grande Vitória já vem sendo reduzida, há décadas, por causa do intenso desmatamento das matas nativas na região serrana.

Rios estão contaminados
Além da redução da quantidade, a qualidade da água das bacias dos rios Jucu e Santa Maria da Vitória é ainda degradada pelo uso intensivo de agrotóxicos e por esgotamentos não tratados de residências e indústrias.

Segundo pesquisas realizadas a pedido da Associação Barrense de Canoagem (ABC), no ano passado os rios Jucu e Santa Maria estão extremamente poluídos.

O rio Jucu tem pontos com até 47 mil coliformes fecais a cada copo de água, números apurados em fevereiro deste ano. Em 2004, o limite máximo chegou a 44 mil coliformes fecais em um copo de água.

A poluição do rio Santa Maria está 46 vezes maior que o tolerável. Em Santa Maria de Jetibá, foram registrados 46 mil coliformes fecais em um copo (100 mililitros) de água. Em Santa Leopoldina, 24 mil coliformes em 100 mililitros de água. O índice satisfatório é de 1.000 coliformes por 100 mililitros.

A pesquisa apontou a presença de enterococos (bactéria) nas águas do rio: 17.500 enterococos por 100 mililitros, o que representa 175 vezes mais que o índice satisfatório, de 100 enterococos em um copo de água, em Santa Leopoldina.

Para a gestão das bacias hidrográficas estão se estruturando comitês. Os comitês avaliam a quantidade de água e outorgam (autorizam) o seu uso a partir desta informação. Devem ainda atuar na revitalização dos rios, o que exige reflorestamento com espécies nativas e despoluição.

O rios capixabas só perdem em poluição para o Rio de Janeiro (77%) e Amapá (69%): a poluição das águas afeta 60% dos municípios do Espírito Santo, segundo dados apurados em 2002 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o Meio Ambiente.
(Por Ubervalter Coimbra, Século Diário – ES, 30/11/2006)
http://www.seculodiario.com.br/arquivo/2006/novembro/30/noticiario/meio_ambiente/30_11_08.asp

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -