As dificuldades em aprovar a liberação de produtos transgênicos no país ficaram evidentes nestas duas últimas semanas. Nas páginas dos principais jornais nacionais foi exposta a fragilidade da estrutura da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que acaba travando qualquer tipo de decisão. E adiando aprovações importantes e estratégicas para o agronegócio.
Foi o caso justamente da vacina contra a doença de Aujeszky, que atinge suínos, do laboratório Schering Plough. O produto, usado em outros países há cerca de 10 anos e considerado de tecnologia simples, foi analisado na primeira votação para autorizar a venda de algum organismo geneticamente modificado (OGM) da nova CTNBio. Não passou. Embora tenha obtido 17 votos favoráveis, e quatro contrários, foi rejeitado. Barrado por apenas um voto. Para qualquer liberação comercial são exigidos 18 votos, de um colégio de 27. O resultado é que a minoria dos integrantes tem um poder de decisão muito grande nas votações.
Muitos integrantes da CTNBio admitiram estar desestimulados. Neste impasse, os encontros são improdutivos e acabam adiados. Com mais uma reunião marcada ainda para dezembro, corre-se o risco de que qualquer decisão acabe mesmo ficando para o próximo ano.
(Por Adriana Langon,
Zero Hora, 01/12/2006)