Duas mineradoras localizadas na região de Criciúma, no Sul de Santa Catarina, foram embargadas na terça-feira (28/11), pelo Ministério Público. As empresas Comin e São Domingos foram obrigadas a paralisar as atividades por não cumprirem itens do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que exigia projeto de recuperação ambiental e um fim adequado aos rejeitos produzidos.
Três unidades da São Domingos, localizadas em Lauro Müller, Criciúma e Içara, estão com as atividades suspensas. Os 25 empregados receberam férias coletivas. Ontem à tarde, a empresa ainda examinava o relatório de 56 páginas que embasa o embargo, conseqüência de um termo assinado há vários anos.
- A mineradora São Domingos nunca minerou em superfície ou subsolo. Não temos passivo ambiental e atuamos no "rebeneficiamento" de rejeitos de antigas empresas - defendeu o engenheiro Luiz Carlos Gomes França.
Ao reconhecer que isso não exime de responsabilidade pelos danos ao meio ambiente, o engenheiro informou o destino dos efluentes ácidos: Rio Rocinha, Bacia do Araranguá e Rio dos Porcos, localizados, respectivamente, em Lauro Müller, Criciúma e Içara.
Segundo França, as atividades da São Domingos se encontravam em processo de finalização. Em Lauro Müller, a reserva de rejeitos estaria exaurida, com fechamento previsto para fevereiro. Mais um ano e meio e os trabalhos em Criciúma também seriam encerrados. Mas só com análise detalhada do relatório é que a São Domingos irá definir se dá ou não prosseguimento às atividades que ainda seriam viáveis.
Na mineradora Comin ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto. O embargo não deverá trazer reflexos para o segmento, informa o secretário-executivo do sindicato das empresas, Fernando Zancan.
(Por Ângela Bastos,
Diário Catarinense, 29/11/2006)